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Relatório sobre a falência do britânico HBOS pode afastar 10 antigos banqueiros da City

Em 2008, o HBOS faliu. Foi integrado no grupo Lloyds. Um relatório sobre a falência deixa fortes críticas à antiga administração do banco, querendo mais acções judiciais. Mas a supervisão não escapa.

19 de Novembro de 2015 às 15:14
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Um relatório sobre uma falência na banca que ocorreu há sete anos quer que alguns dos banqueiros responsáveis sofram mais consequências judiciais. A possibilidade de serem banidos do sector está a ser avançada pelos jornais britânicos. São 407 páginas de um documento, da responsabilidade dos reguladores britânicos, em que a administração do falido HBOS, entretanto comprado pelo grupo bancário Lloyds, é fortemente criticada. 

 

"O conselho de administração falhou na criação de uma cultura que equilibre o risco e a rentabilidade de forma apropriada e que não tinha suficiente experiência e conhecimento de banca", indica o relatório publicado esta quinta-feira, 19 de Novembro, mas que veio com dois anos de atraso.

 

Da autoria da Financial Financial Conduct Authority (FCA) e da Prudential Regulation Authority (PRA), o relatório diz que o banco tinha uma estratégia "desequilibrada, com um "excessivo foco na quota de mercado, no crescimento dos activos e no lucro no curto prazo" e dando, por exemplo, créditos de "menor qualidade". "Riscos que não eram totalmente percepcionados pela administração".

 

O HBOS foi, por isso, apanhado pela crise, mas por culpa própria: "uma crise sistémica em que os bancos em pior posição relativa estavam extremamente vulneráveis a falhas. O HBOS era um desses bancos".

 

No relatório, também há críticas à supervisão: "A responsabilidade última para a falência do HBOS está na administração. Contudo, outra característica marcante da queda do HBOS é como a FSA não avaliou toda a extensão dos riscos que o HBOS estava a assumir e não deu os passos suficientes para intervir antes de ser tarde demais". A FSA era a anterior supervisora que, após as crises na City londrina, foi dividida.

 

A polémica do relatório, que foi publicado com dois anos de atraso, tem que ver com a recomendação que deixa para que os anteriores responsáveis sejam alvo de investigações formais - que o Banco de Inglaterra já prometeu que quer fazer até ao próximo ano. Em 2012, um só responsável pela área de crédito, Peter Cummings, tinha sido banido para sempre do sector financeiro, além de ter sido alvo de uma coima de 500 mil libras. Aliás, a crítica à supervisão é feita num outro relatório separado, desta vez com 144 páginas.

 

Agora, as recomendações são para que os ex-gestores e altos dirigentes, como Andy Hornby, enfrentem uma decisão do género. Sem querer fazer comentários ao relatório sobre "factos relativos a outra empresa e a outro sector e passados há oito anos", a empresa Gala Coral, onde Andy Hornby trabalha actualmente, defendeu apenas a sua importância para a "transformação do negócio", segundo o Guardian.


O mesmo jornal cita a defesa de oito dos acusados, através de uma mensagem enviada pela sociedade de advogados, argumentando que o "relatório não contém provas que justifiquem qualquer nova acção contra os empresários". "O seu único desejo é que a actual e futura administração do banco aprendam a evitar os erros que eles e outros, sem dúvida, cometeram". 

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