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PSD e CDS pedem mais documentos para conhecer as sociedades misteriosas do GES
ES Enterprises, Opway e ES Resources. Quem são os accionistas, que dívidas tinham, quais as suas contas? São perguntas que sociais-democratas e centristas fazem a Salgado, Machado da Cruz e José Castella, já ouvidos anteriormente.
Continuam as dúvidas sobre várias das empresas que pertenciam ao universo Espírito Santo. Essa foi, aliás, uma das razões para prolongar os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES. Os partidos da maioria querem mais documentos que expliquem o seu funcionamento.
O PSD e o CDS enviaram inúmeros requerimentos para que a comissão de inquérito peça essas informações a Ricardo Salgado (antigo presidente executivo do BES), José Castella (tesoureiro do GES), Francisco Machado da Cruz (antigo contabilista do GES – ou "commissaire aux comptes") e Pierre Butty (administrador da ES Services).
A ES Services é, precisamente, uma das empresas de que se querem conhecer mais detalhes. Segundo noticiou o Público, terá sido utilizada como saco azul do GES. Os grupos parlamentares liderados na comissão por Carlos Abreu Amorim e Cecília Meireles pedem a estrutura accionista das empresas, os resultados e a respectiva justificação para as contas, as dívidas para com os bancos do GES.
Além da ES Services, é solicitada informação sobre a ES Resources (que era a sociedade que liderava a área não financeira do GES até ao surgimento da Rioforte) e a Opway (da área de construção).
Nos requerimentos enviados esta quinta-feira, 12 de Fevereiro, o PSD e o CDS querem, igualmente, a apresentação dos valores de dívida de membros da família Espírito Santo (a título particular, bem como através da ES Control, Control Development e ESAT) perante a ESI, desde 2005. O jornal i noticia que, no final de 2013, estas três empresas que pertenciam a responsáveis da família Espírito Santo (Ricardo Salgado, Maria do Carmo Moniz Galvão - mãe de Manuel Fernando Espírito Santo -, António Ricciardi, José Manuel Espírito Santo e Mário Mosqueira do Amaral – falecido em Março de 2014 e pai de Pedro Mosqueira do Amaral) deviam 468 milhões de euros à ESI, a empresa de topo do GES que faliu porque tinha dívida escondida. Foi por aí que começou a derrocada de todo o grupo.
A Luís Máximo dos Santos, presidente do conselho de administração do BES (entidade com os activos e passivos problemáticos do banco antes da resolução), os sociais-democratas e centristas solicitam informação mais específica sobre o impacto da linha de exposição de 3,3 mil milhões de euros ao antigo BESA e seu impacto no balanço daquela instituição.