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PSD sugere que PS teria entregue "milhares de milhões" ao BES se fosse Governo em 2014

O PSD repudiou as acusações do primeiro-ministro de que o anterior Governo destruiu o BES e o Banif, lembrando que o governador do Banco de Portugal já considerou ser "ignorância" considerar o programa de ajustamento um fracasso.

Bruno Simão
25 de Novembro de 2016 às 17:14
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Num comentário esta sexta-feira aos excertos da entrevista do primeiro-ministro à Agência Lusa divulgados na quinta-feira, a vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque considerou que as acusações proferidas relativamente aos sociais-democratas são "de uma tal gravidade e falsidade" que não podem deixar de merecer um comentário.

"O doutor António Costa, numa tentativa de justificar o injustificável comportamento do Governo relativamente à matéria da Caixa Geral de Depósitos acusou o Governo anterior de ter destruído o Banco Espírito Santo, de ter destruído o Banif e que, segundo as palavras do doutor António Costa, só a mudança do Governo impediu que houvesse mais destruição", recordou.

Tais declarações, referiu, permitem concluir que se António Costa fosse primeiro-ministro em 2014 "teriam sido entregues milhares de milhões de euros de dinheiro dos contribuintes ao doutor Ricardo Salgado para evitar o colapso do BES".

Maria Luís Albuquerque remeteu ainda o primeiro-ministro para as declarações proferidas pelo governador do Banco de Portugal também na quinta-feira, quando Carlos Costa "esclareceu que os problemas que ainda hoje colocam grandes desafios à banca nacional são problemas que tiveram a sua origem antes de 2011 e é ainda o legado desses tempos que pesa na banca nacional".

"Isto são as palavras do senhor governador, que a política para o sistema financeiro para a banca durante o período dos anos de ajustamento foi um fracasso, isso é só um sinal de uma grande ignorância ou até de iliteracia", sublinhou a ex-ministra das Finanças.

Na entrevista à Agência Lusa, o primeiro-ministro considerou que a postura do PSD é "absolutamente irresponsável" no caso da Caixa Geral de Depósitos, acusando os sociais-democratas de terem procurado, enquanto Governo, esconder dos portugueses a situação em que se encontrava o sistema financeiro".

"Por sua responsabilidade, destruiu um banco como o Banco Espírito Santo (BES), conduziu à destruição de um segundo banco, caso do Banif, e se não tivesse mudado o Governo gostava de saber quantos mais bancos teriam sido destruídos. Há um seguramente que teria sido destruído, a CGD, ou, pelo menos, teria sido empurrado para uma privatização que privaria os portugueses de terem um instrumentos fundamental ao serviço da economia", acusou António Costa.

Na entrevista, o primeiro-ministro disse ainda que o PSD, "não contente com o seu passado de Governo na gestão do sistema financeiro, comporta-se agora na oposição com uma irresponsabilidade total, inventando casos sobre casos, falsas polémicas sobre falsas polémicas, com um único objetivo, que é ver se evita a concretização dos programas de capitalização e de reestruturação da Caixa e a execução do novo plano de negócios".

Também na quinta-feira, numa intervenção de abertura do Fórum Banca 2016, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, defendeu que os bancos portugueses estão hoje mais capitalizados do que em 2011, considerando que contradizer esta realidade "é uma ofensa ao programa de ajustamento e ao BdP" e que "só pode ser grande ignorância ou iliteracia".
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