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Provisão para papel comercial está no BES "mau" mas só Novo Banco conseguirá pagar

Há uma provisão de 668 milhões de euros no BES mau mas não há dinheiro que a assegure. Daí que só o Novo Banco possa reembolsar os investidores de papel comercial.

Miguel Baltazar/Negócios
05 de Fevereiro de 2015 às 18:18
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Foram vendidos títulos de dívida da Espírito Santo International e da Rioforte, empresas do Grupo Espírito Santo, aos balcões do Banco Espírito Santo. Estas empresas tinham de assegurar o pagamento. Estão em insolvência e não conseguem.

 

Em 2014, o BES teve de reconhecer uma provisão de praticamente 700 milhões de euros para assegurar o reembolso àqueles investidores. Com a resolução, para onde foi a provisão? Já se sabia que o Novo Banco não a tem nas suas contas. Luís Máximo dos Santos (na foto) disse esta quinta-feira, 5 de Fevereiro, que o reconhecimento desta provisão está no BES, o chamado "banco mau".

 

"A provisão não se evaporou. Está registada nas contas do BES", disse Máximo dos Santos na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco e do GES. Aliás, essa questão conduziu a dúvidas entre os auditores da entidade, a PwC e a KPMG, envolvidos na certificação de contas da entidade que tem os activos e passivos considerados problemáticos do BES. Contudo, como a provisão tinha sido constituída no BES por determinação do Banco de Portugal "prevaleceu esse critério". Ou seja, a provisão está no banco mau.

 

A provisão é o dinheiro que foi reconhecido nas contas para assegurar o reembolso destas instituições. A provisão é de 668 milhões de euros, especificou Máximo dos Santos. Mas o BES não a pode pagar. "É evidente que, por muito extraordinariamente eficiente que fosse a administração do banco, não se antevê que possam haver recursos suficientes porque, com os activos que temos, o grau de recuperabilidade é baixo".

 

Assim, o Novo Banco é o próximo da linha que poderá assegurar o pagamento destes títulos de papel comercial. Contudo, sublinhou Máximo dos Santos, este não tem qualquer obrigatoriedade no reembolso. O Banco de Portugal recomendou ao banco liderado por Eduardo Stock da Cunha pagar a estes investidores em papel comercial do GES vendido aos balcões do BES, de forma a manter a relação com os clientes mas sem prejudicar os seus rácios. As últimas informações que foram tornadas públicas indicam que o regulador e o banco estão ainda a discutir a forma de possibilitar essa indemnização.

 

Na próxima semana, Stock da Cunha é um dos chamados à comissão de inquérito e a questão será uma das que terá de responder, numa altura em que são várias as manifestações dos que se dizem por "lesados" do papel comercial.

 

 

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