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Perda de controlo no BFA aprovada pelos accionistas do BPI

Não há adiamento desta vez: a alienação de 2% do BFA pelo BPI à Unitel foi aprovada em assembleia-geral. O sim dos accionistas é dado depois da luz verde do regulador angolano. A Santoro e o CaixaBank abstiveram-se.

Paulo Duarte/Negócios
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Os accionistas do Banco BPI aprovaram a venda de 2% do Banco do Fomento Angola à Unitel. O banco português perde o controlo da instituição financeira angolana mas consegue responder às exigências do Banco Central Europeu. 

A decisão dos accionistas saiu da assembleia-geral desta terça-feira, 13 de Dezembro, que continuou os trabalhos iniciados a 23 de Novembro. "Na sequência da referida deliberação realizou-se hoje no Porto a nova sessão da assembleia-geral, na qual estiveram presentes ou representados 223 accionistas, detentores de acções correspondentes a 84,15% do capital social", indica o comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

Segundo informações dadas por Artur Santos Silva, presidente da administração, na conferência de imprensa que ocorreu após o encontro de accionistas, dos 84% presentes, 76% absteve-se e a 24% votou. Ou seja, com base em cálculos do Negócios, cerca de 63% do capital do BPI não votou: este montante é o que resulta da soma das participações do CaixaBank, com 45%, e da Santoro, com mais de 18%. Mas não houve confirmações: "Vocês fazem as especulações que entenderem", atirou Santos Silva aos jornalistas. 

Dos votantes, a maioria aprovou a operação: "A assembleia-geral assim constituída aprovou, nos termos do disposto na alínea b) do nº 4 do artigo 182º do Código dos Valores Mobiliários, por 83,23% dos votos expressos, a proposta do conselho de administração de venda pelo Banco BPI à Unitel, S.A. de 26 111 (vinte e seis mil, cento e onze) acções, representativas, no seu conjunto, de 2% (dois por cento) do capital social do Banco de Fomento Angola, S.A., nos termos previstos no contrato de compra e venda celebrado entre aquelas duas entidades". 


O Banco Central Europeu, em comunicado enviado pelo BPI, esclarece que a venda é suficiente para reduzir o excesso de exposição a Angola caso a perda de controlo do banco português no BFA seja efectiva. Assim, d
ois anos depois de Frankfurt a ter levantado, a questão fica resolvida, quase em cima do prazo de 15 de Dezembro. E é essencial para avançar com a oferta pública de aquisição (OPA) do banco catalão.

 

Esta questão não foi pacífica. Apesar da aprovação por 83% dos votos expressos, merece oposição, nomeadamente do accionista Violas Ferreira Financial, que contesta o preço de 28 milhões de euros pela venda de 2% do BFA, operação através da qual o BPI deixa de ser maioritário no BFA. 

Ontem, o Banco Nacional de Angola deu a luz verde a esta operação através da qual o BPI deixa de ter 50,1% no BFA e fica com 48,1%. 

Outras condições para que a operação avançasse foram igualmente cumpridas: o pagamento da última tranche da compra da posição pela Unitel, em 2008, e a distribuição dos dividendos de 66 milhões de euros (uma parcela está já aprovada, outra ainda aguarda luz verde de Luanda). 


(Notícia actualizada às 17:03 com mais informações) 
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