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Luanda autoriza pagamento de 37 milhões ao BPI mas ainda falta aval a 29 milhões
Angola deu luz verde à perda de controlo de 2% do BPI no BFA. Além disso, autorizou a transferência dos dividendos de 36,9 milhões. O "sim" à chegada de outros 29,2 milhões de euros estará para breve, acredita o BPI.
O BPI acredita que a chegada dos dividendos do Banco de Fomento Angola (BFA) a Lisboa está para breve. O pagamento da remuneração accionista relativa a 2015, de 36,9 milhões de euros, já tem autorização do regulador. Os dividendos do ano anterior ainda não pagos, no montante de 29,2 milhões de euros, deverão chegar ao banco português em breve.
"O Banco BPI informa ter recebido a confirmação de que a transferência para Portugal dos dividendos do Banco de Fomento Angola, S.A. (BFA) relativos ao exercício de 2015, no montante equivalente a 36.9 M €, se encontra autorizada pelo Banco Nacional de Angola", indica um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A outra parcela ainda não foi autorizada mas a instituição presidida por Fernando Ulrich acredita que há condições para que ocorra em breve. "No que respeita à parte dos dividendos do BFA relativos ao exercício de 2014 que ainda não foram transferidos, no montante equivalente a 29.2 M €, aguarda-se a respectiva autorização de transferência a muito curto prazo".
O repatriamento tinha de ser feito até 9 de Dezembro sendo que as autorizações são divulgadas apenas no dia 13 desse mês. Foi no dia 9, soube-se ontem, que a Unitel pagou também a última parcela da operação de compra e venda de 49,9% do BFA, que havia sido concretizada em 2008. O montante era de 30 milhões de euros.
A entrega dos dividendos e o pagamento desta parcela eram condições para que o BPI vendesse os 2% no BFA que lhe tiram o controlo daquela instituição financeira angolana mas que lhe permitem reduzir o excesso de exposição a Angola que o Banco Central Europeu considera existir.
A transacção será decidida pelos accionistas que se reúnem esta terça-feira, 13 de Dezembro, em nova assembleia-geral de accionistas (é a terceira vez que há um encontro com esta votação na agenda do dia).
A operação é também essencial para que a oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank ao BPI possa efectivamente avançar. Neste momento, a OPA ainda aguarda o registo junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que terá de decidir ainda se aceita o preço de 1,134 euros por acção.