Notícia
BCE: Venda do controlo no BFA resolve problema da exposição a Angola do BPI
Depois da luz verde do Banco Nacional de Angola, agora é o BCE que defende que a venda de 2% do BFA, com determinadas condições, resolve o problema do BPI. O banco assegura que tais condições serão cumpridas, pelo que diz que o problema será mesmo solucionado.
A venda do controlo no Banco de Fomento Angola (BFA) resolve o problema do excesso de exposição que o BPI tem a Angola, na óptica do Banco Central Europeu. A informação foi transmitida ao mercado pelo banco liderado por Fernando Ulrich.
"Como o Banco BPI está em condições de confirmar que, após a data de concretização da operação em apreço, as referidas condições serão cumpridas, é opinião do Banco BPI que, após tal data, deverá deixar de consolidar, para efeitos prudenciais, o BFA e que tal facto eliminará o problema da ultrapassagem do limite dos grandes riscos com que o Banco BPI está confrontado", indica o banco em comunicado à CMVM.
As condições em causa passam pela garantia de que, após vender 2% do BFA à Unitel, de Isabel dos Santos (ficando o BPI com 48,1%), o banco português "não controla sozinho, nos termos de um acordo com outros accionistas do BFA, a maioria dos direitos de voto no BFA", "não exerce uma influência dominante sobre o BFA" e "não gere o BFA em conjunto com uma ou mais empresas não incluídas no seu perímetro de consolidação".
O banco liderado por Fernando Ulrich assegura que tais condições serão cumpridas e o BCE garantiu à instituição financeira que, tal acontecendo, "não teria razões para objectar à desconsolidação do BFA". A desconsolidação do BFA no BPI permite que o banco não supere o limite dos grandes riscos, precisamente aquele que Frankfurt determinou, desde o final de 2014, que o BPI ultrapassa relativamente a Angola.
A posição do BCE, transmitida pelo BPI, é conhecida esta terça-feira, 13 de Dezembro, dia em que se realiza a assembleia-geral que vai decidir a venda dos 2% do BFA à Unitel. Neste momento, o BPI tem 50,1% do banco, pelo que alienando aquela posição ao segundo accionista, da empresária angolana Isabel dos Santos, fica com 48,1%. Enquanto detivesse a maioria do capital, o BFA tinha de ser consolidado. Sem essa maioria, e sem o controlo, já não precisará de o fazer. Fica o problema resolvido.
Uma das condições para que esta operação pudesse avançar era o aval do Banco Nacional de Angola, conhecido esta segunda-feira, que também aprova o efeito indirecto da oferta pública de aquisição (OPA).
(notícia actualizada às 12:35 com mais informações)