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Papa anuncia medidas para controlar a actividade financeira no Vaticano
O Papa Francisco anunciou a criação do Secretariado Económico e a nomeação de um auditor naquela que está a ser vista como a reforma mais audaciosa para pôr um ponto final às polémicas financeiras no Vaticano.
O Papa Francisco anunciou uma reforma que tem como finalidade colocar um ponto final nos casos de irregularidades financeiras que têm tido lugar na Santa Sé, tipicamente através do Banco do Vaticano.
A notícia é a avançada pela Reuters, que cita um documento emitido por "Motu Proprio", isto é, por iniciativa do Papa. A agência noticiosa classifica a reforma como a medida mais "abrangente" para fazer face aos escândalos financeiros que já tiveram lugaro na cidade-estado.
Será criado o Secretariado para a Economia, a ser liderado pelo cardeal austríaco George Pell. Este irá reportar directamente ao Papa, segundo o documento emitido e assinado por Francisco. Será ainda nomeado um auditor independente com poderes de supervisão para a área financeira.
A política do Secretariado será conduzida pelo Conselho para a Economia, que será composto por oito cardeais ou bispos e sete especialistas financeiros leigos em matérias de religião. A inclusão dos leigos tem como objectivo levar para o interior do Vaticano as práticas de controlo internas que predominam nas finanças internacionais e reduzir o risco de mais escândalos financeiros dentro da cidade-estado.
O Papa diz ainda que os recursos financeiros da Igreja têm de ser vistos “à luz da sua missão de evangelizar, com especial atenção pelos mais necessitados”, no comunicado.
Francisco decidiu ainda que a Administração do Património da Santa Sé vai passar a assumir o papel de banco central do Vaticano. Até aqui, esta administração era apenas responsável pela gestão dos activos mobiliários e activos imobiliários da Santa Sé.
O Banco do Vaticano vai manter a sua estrutura e papel inalterados, segundo porta-voz citado pela agência noticiosa. A Autoridade do Vaticano para a Informação Financeira, que foi criada em 2011, também vai manter o seu papel inalterado na adesão às boas praticas bancárias internacionais.