O Vaticano está próximo de acabar com a regra que prevê o sigilo bancário naquela cidade-Estado. O britânico Financial Times (FT) adianta que as autoridades do Vaticano já estão em conversações adiantadas com as autoridades italianas no sentido de terminar com o segredo bancário na cidade-Estado.

Este seria mais um passo dado no sentido da reforma do Instituto para as Obras da Religião (IOR), objectivo assumido pelo Papa Francisco como prioritário, de forma a acabar com os escândalos financeiros em torno do funcionamento do Banco do Vaticano, que têm abalado a própria credibilidade do Vaticano.

"As negociações estão a seguir no bom sentido. Existem objectivos partilhados: transparência e troca de informações. É razoável pensar que poderemos atingir um acordo final até ao final deste mês", lê-se num comunicado oficial do Ministério das Finanças de Itália, citado pelo FT.

No mesmo sentido, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o objectivo deste acordo passa por assegurar "a maior e mais completa transparência e troca de informações para fins fiscais". Nos últimos anos, o IOR esteve envolvido em vários escândalos relacionados com comportamento ilícitos que vão desde a fuga ao fisco à lavagem de dinheiro.

Numa recente entrevista concedida pelo primeiro-ministro italiano Matteo Renzi à revista L´’Espresso, o governante transalpino afirmava que um eventual acordo com o Vaticano será idêntico ao que foi entretanto alcançado com as autoridades helvéticas.

Em Julho do ano passado, o Papa Francisco promoveu uma alteração na administração do IOR, escolhendo o nome de Jean-Baptiste de Franssu para presidente do banco, a quem foi atribuída a  missão de garantir uma gestão baseada na transparência.