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O BESA tinha uma administração. Mas só Sobrinho e Salgado geriam o banco  

Rui Guerra estava no conselho de administração do BESA mas só sabia, praticamente, o que estava disponível em relatórios públicos. O que era decidido estava concentrado em Álvaro Sobrinho e Ricardo Salgado. 

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10 de Fevereiro de 2015 às 15:57
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Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho eram os responsáveis por tomar decisões relativamente ao Banco Espírito Santo Angola, segundo um dos administradores da instituição financeira angolana e que chegou, depois, a presidente do banco. 

 

Na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Rui Guerra contou que entrou para o BES em 1999, tendo depois subido a administrador não executivo e não remunerado do BESA em 2006. Mas tal cargo não lhe deu especial poder.

 

"A informação a que tive acesso nas reuniões do conselho de administração do BESA, em que participei, é pouco mais do que aquela que era pública,  designadamente através de relatórios e contas e outros documentos contabilísticos públicos daquele banco", assinalou Rui Guerra que, estando na administração desde 2006, passou a presidente do conselho em Janeiro de 2013, onde permaneceu até Outubro de 2014.

 

"Os temas relevantes relativos ao BESA, pelo menos até 2012, e pelo que me pude aperceber, sempre foram tratados directamente entre o Dr. Ricardo Salgado e o Dr. Álvaro Sobrinho", disse Rui Guerra aos deputados. Salgado era o presidente executivo do BES, que detinha 55,7% do capital do BESA, banco do qual Sobrinho era o presidente executivo.

 

Nesse sentido, Guerra avançou que, no período em que foi administrador não executivo, "possuía um conhecimento muito limitado do que se viva no BESA".

 

A declaração de Rui Guerra vai de encontro àquilo que foi sendo referido na comissão de inquérito em que se foi dizendo que, até 2013, quando Morais Pires foi nomeado o administrador do BES responsável pelo pelouro internacional, Salgado e Sobrinho controlavam o que se passava na instituição financeira. À semelhança, também, do que aconteceria no próprio BES, em que muitos administradores dizem que Salgado controlava muito poder, e no próprio GES, em que a família Espírito Santo faz a mesma referência ao poder do banqueiro.  

 

Rui Guerra entrou para a presidência executiva do BESA em Janeiro de 2013, escolhido para promover uma reviravolta no banco – o que acabou por não ser concluído. O banco ficou em fortes dificuldades financeiras devido ao crédito concedido a que se perdeu rasto e que obrigou a que o Estado angolano passasse uma garantia estatal a proteger empréstimos no valor de 5,7 mil milhões de dólares. Uma garantia revogada após a resolução do BES.

 

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