Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Até à resolução, Angola nunca deu sinais de revogação da garantia ao BESA

"Não tenho elementos objectivos que possa partilhar relativamente ao porquê da revogação", defende o ex-CEO do BES Angola. Contudo, até à passagem da posição accionista no BESA para o banco mau, não havia indicações de qualquer revogação.

Miguel Baltazar/Negócios
10 de Fevereiro de 2015 às 17:52
  • 1
  • ...

"Ao longo dos meses de 2014, sempre tive conversas naturais e escorreitas com o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola, e também é verdade que nunca tive evidências de que a ideia fosse revogar a garantia". A afirmação foi feita pelo presidente executivo do BES Angola, instituição financeira controlada pelo português BES, que beneficiou de uma garantia soberana para alguns dos créditos problemáticos da sua carteira. 


Aos deputados, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Rui Guerra admitiu que, contudo, foi isso que acabou por acontecer em Agosto, depois da resolução do BES a 3 de Agosto.

 

O banco português tinha 55,7% do BESA, além de uma linha de financiamento de 3,3 mil milhões de euros – na resolução, esta linha passou para o Novo Banco mas a participação accionista - e, daí, a garantia - foi para o banco "mau".

"Não tenho elementos objectivos que possa partilhar relativamente ao porquê da revogação", disse Guerra, não querendo fazer essa conexão que tem sido referida por várias das pessoas que passaram pela comissão de inquérito.

O BESA foi alvo de uma intervenção em que o BES (banco mau) deixou de ter qualquer participação accionista, sendo que o Novo Banco conseguirá recuperar algum do dinheiro da linha de exposição – 3,3 dos 4,9 mil milhões de euros injectados no Novo Banco deveram-se a esta ligação ao BESA.

Aos deputados, Rui Guerra admitiu que só com a garantia estatal, contabilizada nas contas de 2013, foi possível "ultrapassar o cabo das tormentas" que o BES Angola enfrentava – e que era preciso naquela altura. "Apoiar [o BESA] passado um ano ou dois, já não serviria".

O BESA tinha crédito cedido a cujos beneficiários perdeu o rasto. Rui Guerra, que entrou para a presidência executiva em Janeiro de 2013, defende ter encontrado o banco "numa situação muito difícil".

 

Antes disso, e mesmo sendo administrador não executivo desde 2006, não tinha grandes informações, dado que tudo era gerido entre Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho

Ver comentários
Saber mais BES Ministério das Finanças Banco Nacional de Angola BES Angola Rui Guerra Novo Banco Ricardo Salgado Álvaro Sobrinho economia negócios e finanças serviços financeiros banca
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio