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Garantia angolana ao BESA protegia créditos que já estavam em incumprimento
O governo de Angola sabia que quase metade dos créditos protegidos pela garantia estatal estavam em incumprimento, disse Rui Guerra aos deputados da comissão parlamentar de inquérito.
A garantia angolana de 5,7 mil milhões de dólares a créditos do Banco Espírito Santo Angola protegia empréstimos que estavam já em incumprimento, disse na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES o antigo presidente executivo do BESA.
Rui Guerra afirmou aos deputados que, dos 5,7 mil milhões de dólares protegidos pela garantia estatal, 2 a 3 mil milhões estavam em incumprimento.
A deputada bloquista Mariana Mortágua quis esclarecer se o Governo de Angola sabia: "certo", respondeu. Rui Guerra recusou-se a prestar muitos esclarecimentos no inquérito parlamentar devido ao segredo bancário.
Depois de dar esta resposta, aquele que foi o presidente do BESA entre Janeiro de 2013 e Outubro de 2014 lembrou que "ter algo em incumprimento não quer dizer que não se possa sentar com o cliente, reestruturar e passar a receber".
Na sua audição, esta terça-feira 10 de Fevereiro, Rui Guerra deixou claro que os empréstimos protegidos foram validados para "aferir e testar a dificuldade" de virem a ser pagos.
O BESA precisou de uma garantia de 5,7 mil milhões porque havia créditos de que não se sabia quem eram os beneficiários últimos. Isto numa altura em que o BES tinha uma linha de financiamento de 3,3 mil milhões de euros.