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Novo banco do Montepio tenta desviar melhores clientes empresariais

A subsidiária apresentada no início de maio pode ficar com os clientes mais sólidos da caixa económica, com ativos superiores a dois mil milhões de euros, sem que haja a passagem de ativos tóxicos e de imparidades.

Vitor Mota/Cofina
20 de Maio de 2019 às 09:34
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O novo Banco de Empresa Montepio (BEM) pode vir a retirar do balanço da casa-mãe os grandes clientes cumpridores com uma faturação acima de 20 milhões de euros, correspondentes aos empréstimos rentáveis numa carteira de mais de 2,3 mil milhões de euros, segundo avança o Público esta segunda-feira, 20 de maio.

 

Embora tenham de ser os próprios clientes a solicitar esta transferência para o BEM, que foi apresentado no início deste mês como o herdeiro do Montepio Investimentos, este plano deixa de fora a passagem de ativos tóxicos e de imparidades, o que iria contribuir para uma desvalorização do Banco Montepio, o principal ativo da Associação Mutualista (AMMG).

 

"Na prática, o nível de cobertura das responsabilidades assumidas pela mutualista perante os seus 630 mil associados acaba por ser afetado", projeta o mesmo jornal a partir deste cenário, num artigo em que sublinha também os "sinais de que está a caminho uma privatização do banco bom, com o apoio do Governo (que tem a tutela da AMMG) e do Banco de Portugal".

 

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial ainda não autorizou o registo da marca BEM, pedido em janeiro deste ano. À frente da nova instituição poderá ficar Carlos Tavares, ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que é atualmente chairman do Banco Montepio, embora essa acumulação dependa da aprovação do banco central, presidido por Carlos Costa.

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