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Moody's revê em baixa perspectiva para a banca britânica devido a nova regulação para o sector

O sector bancário britânico vai ter novas regras até 2019. O objectivo é evitar que sejam os contribuintes a pagar os resgates dos bancos e que os accionistas e credores assumam perdas, semelhante ao sistema usado agora em Portugal para o BES.

05 de Agosto de 2014 às 20:10
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A agência de notação financeira Moody's reduziu a sua perspectiva para o sector bancário britânico. A decisão foi anunciada esta terça-feira, 5 de Agosto, com a agência norte-americana a passar a perspectiva de "estável" para "negativa".

 

Uma das questões principais para esta revisão em baixa da perspectiva prende-se com as novas regras para a banca britânica, a serem implementadas até 2019, que deverão ter custos elevados para o sector, segundo a agência.

 

"Esperamos que as mudanças no modelo de negócio, organização e estruturas de financiamento vão ter custos significantes de implementação sobre um período de várias anos", disse a Moody's citada pelo The Guardian. 

 

Os bancos vão ter que separar por completo o seu negócio de retalho da banca de investimento, considerada de maior risco para o sistema financeiro.

 

O objectivo é reduzir o risco de contágio sistémico e evitar que no futuro sejam os contribuintes a pagar os resgates bancários, tal como sucedeu anteriormente no país com os resgates de 37 mil milhões de libras ao Royal Bank of Scotland, Lloyds e HBOS.

 

As novas regras para a banca britânica nasceram das recomendações dadas pela comissão independente que foi criada em 2011 para mudar as regras para o sector.

 

Um dos riscos com o novo regime é a possibilidade de aumentarem as litigações judiciais que poderão prejudicar os lucros e reduzir o capital das instituições.

 

O presidente do banco britânico HSBC veio esta semana a público criticar a necessidade de construir barreiras à volta do negócio de retalho dos bancos. Estas alterações vão assim custas ao sector "centenas de milhões de libras por ano", disse Douglas Flint citado pela Bloomberg.

 

David Flint também aponta que existe uma "crescente fatiga" dos trabalhadores do banco, por terem que trabalhar fins-de-semana de forma a implementar as alterações no sistema.

 

O regime que os bancos britânicos pretendem implementar é semelhante ao aplicado agora em Portugal para resgatar o BES. O regime de "bail-in" prevê que sejam os accionistas e os credores a assumir as perdas quando o banco é resgatado. Protegidos ficam os depositantes e os contribuintes.

 

O regime usado nos resgates um pouco por todo o mundo desde a queda do Lehman Brothers em 2008, passava por usar fundos públicos para recapitalizar os bancos, sem perdas para accionistas e credores, regime conhecido por "bai-out".

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