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El Confidencial: Santander, BBVA e Sabadell interessados no Novo Banco

O Santander, que em Portugal já opera através do Totta, é o mais bem posicionado para avançar com uma proposta sobre o Novo Banco, banco que resultou da resolução do BES, diz o El Confidencial. Mas o BBVA, que até há pouco estava de saída de Portugal, e o Sabadell, accionista do BCP, também estarão interessados.

Sara Matos/Negócios
05 de Agosto de 2014 às 18:28
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Santander, BBVA e Sabadell. O jornal espanhol El Confidencial lança três nomes de bancos do país vizinho que estarão interessados em avaliar uma possível compra do Novo Banco, a instituição financeira de transição criada para ficar com os recursos, créditos bons e depósitos do Banco Espírito Santo.

 

De acordo com o jornal, aquele que tem os trabalhos mais adiantados é o Santander, que está presente em Portugal através da filial Santander Totta. O banco terá já equipas a estudar aquela entidade portuguesa. O BBVA e o Sabadell estarão a estudar a conveniência de participar no processo de alienação do Novo Banco. Nenhum dos bancos confirmou ou desmentiu o interesse ao El Confidencial - mas admitem que estudam as oportunidades de criar valor para o accionista. 

 

O Novo Banco, que recebeu uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros do fundo de resolução da banca (4,4 mil milhões vindos da linha da troika, 500 milhões dos seus recursos próprios), terá de ser vendido. E o objectivo é vendê-lo ao preço da capitalização – se for abaixo disso, terá de ser o sector financeiro a pagar a diferença.

 

A ideia é avançar com o processo até ao final do ano, segundo se tem especulado e foi já noticiado pelo Expresso Diário. O El Confidencial escreve, também, que é difícil avançar com o processo de alienação das acções deste banco bom resultante do BES antes de concluída a avaliação que o Banco Central Europeu está a fazer à banca europeia.

 

Totta admitiu que BES era "oportunidade"

 

Estes são os primeiros nomes de bancos interessados em investir no Novo Banco. Antes, havia já interessados em comprar posições no BES (que agora foi dividido neste banco de transição e no banco mau). O El Confidencial escreve na hipótese de um comprador único. Mas não há um modelo fechado: podem ser vários investidores a adquirir participações qualificadas no Novo Banco, estrutura aliás que caracterizava o BES.

 

O Santander já tinha admitido que o investimento no BES era uma "oportunidade". "Somos obrigados a olhar para todas as oportunidades que nos surjam mas estamos muito contentes com a operação que temos em Portugal", disse a 31 de Julho o presidente do Totta, António Vieira Monteiro, repetindo palavras vindas da presidência da casa-mãe espanhola.

 

BBVA comprou há pouco em Espanha

 

Outro nome falado em adquirir o Novo Banco é o BBVA, também já com uma presença em Portugal. Aliás, até há pouco tempo, a unidade portuguesa do banco espanhol estava à procura de compradores, algo nunca confirmado oficialmente (o BBVA não tem comentado estas eventuais aquisições ou fusões).

 

Sabe-se que houve quatro interessados na unidade nacional e que a proposta do português Crédito Agrícola era a favorita. Contudo, a situação em torno do Grupo Espírito Santo e suas consequências no BES afectaram esse processo, segundo foi avançado, também, pelo El Confidencial.

 

De qualquer modo, a compra do BBVA de todo o capital do banco português seria dificultada por uma recente compra: O banco gastou 1.187 milhões de euros para ficar com o Catalunya Banc.

 

Sabadell reforçou no BCP em Julho

 

O banco Sabadell é a terceira instituição financeira referida pela publicação espanhola. Neste caso, como no BBVA, estará ainda a proceder a uma análise do dossiê Novo Banco. Contudo, o Sabadell reforçou a sua posição num banco português rival recentemente.

 

O Sabadell é um dos principais accionistas do Banco Comercial Português e, no recente aumento de capital da instituição, em Julho, ficou com uma participação de 5,53% do capital social, acima dos 4,27% que detinha no final do ano passado.

 

Antes da intervenção, BES tinha interessados

 

Antes da venda, Carlos Costa sempre disse que havia vários investidores interessados em comprar participações no BES, quando se pensava que ainda havia uma solução privada para os problemas do banco. Contudo, os prejuízos de 3,577 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, penalizados por operações levadas a cabo por Ricardo Salgado que violaram ordens do Banco de Portugal, acabaram por obrigar à medida de resolução esquematizada pelo regulador.

 

A injecção de 4,9 mil milhões de euros – e o facto de se querer um valor próximo na venda do Novo Banco – poderá ser uma dificuldade ao sucesso da operação, de acordo com o artigo do El Confidencial. Aliás, sendo um só comprador, é necessário levantar de uma só vez esse montante, o que não é um cenário fácil num momento de recuperação (a banca espanhola esteve sob resgate financeiro internacional).

 

A necessidade de ficar com os activos do banco, nesse cenário de aquisição com um único comprador, também obrigaria a aumentos de capital.

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