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Montepio fecha venda de 10 mil contratos malparados de 239 milhões de euros

Depois do Novo Banco, foi a vez de o Montepio conseguir fechar a venda em bloco de crédito malparado. O impacto será sentido nas contas deste ano. A caixa económica tem um dos maiores rácios de malparado do país.

28 de Dezembro de 2018 às 18:56
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A caixa económica do Montepio concretizou a cedência de um conjunto de 10 mil contratos de créditos problemáticos com um valor bruto de 239 milhões de euros. A instituição financeira não revela o impacto da operação.

 

"A Caixa Económica Montepio Geral informa que ontem, dia 27 de Dezembro de 2018, e após um processo de venda competitivo, foi celebrada uma escritura pública de venda de uma carteira de créditos não produtivos (‘non-performing loans’), sob a forma de venda directa, à empresa Mimulus Finance DAC, uma sociedade validamente constituída e regida pelas leis da Irlanda, com sede em Dublin", indica o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, sem especificar quem é a sociedade compradora.

 

A Bloomberg tinha noticiado, no início do mês, que a instituição financeira presidida por Carlos Tavares pretendia avançar para a alienação de duas parcelas de activos não produtivos: uma delas, denominada Atlas, que se tratava de exposições não produtivas, de 250 milhões de euros; e a outra, chamada Cascais, de 120 milhões de euros, de imóveis recebidos em dação em pagamento. A venda em causa agora concretizada é a Atlas. 

 

Não se sabe qual o impacto nos resultados da venda do conjunto de empréstimos tóxicos, mas será sempre negativo se o preço pago for inferior ao valor líquido a que estes estão registados (líquidos porque já após o efeito das imparidades). O valor líquido não é publicado pela entidade que Carlos Tavares quer que fique conhecida como Banco Montepio. 


A intenção da instituição financeira era que a operação ficasse fechada este ano, para poder ter impacto já nas contas e no balanço no fecho do ano. O acordo chegou a tempo. O objectivo é diminuir o peso do malparado no balanço da caixa económica que, como se comprova nos resultados dos primeiros nove meses do ano, tem um dos rácios mais elevados do sector em Portugal. "A concretização desta operação materializa a estratégia da Caixa Económica Montepio Geral de contínua redução de activos não produtivos", diz o comunicado à CMVM.

Malparado está nos 16%

Em Setembro, o rácio de exposições não produtivas, as NPE (que incluem o crédito malparado), ficou em 16,2%, depois de nove meses em que o Montepio reduziu o ritmo de corte deste tipo de activos. Ao todo, as exposições não produtivas do Banco Montepio totalizavam 2,18 mil milhões de euros, menos 122 milhões do que em Dezembro do ano passado. Isto numa carteira de crédito de 13,5 mil milhões, em termos brutos.  

 

A carteira de crédito do Montepio tem de sofrer uma viragem nos próximos anos. O crédito malparado tem de ficar aquém dos 5% em 2023, segundo os objectivos estratégicos delineados pela equipa de Carlos Tavares.

 

A operação de venda de malparado do Montepio ocorreu ao mesmo tempo que o Novo Banco seguia em frente na cedência de contratos avaliados em 2.150 milhões de euros aos americanos do KKR.

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