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Banca ainda tem de "limpar" 30 mil milhões de euros de malparado
Os esforços dos bancos nacionais para "limparem" o malparado dos balanços estão a dar frutos. Desde o máximo histórico já se libertaram de 19,2 mil milhões de euros de ativos tóxicos. Ainda assim, ainda têm de resolver mais de 30 mil milhões.
Os esforços dos bancos nacionais para "limpar" o crédito malparado têm de continuar. Apesar de as instituições financeiras já se terem libertado de 19,2 mil milhões de euros desde o máximo histórico, ainda têm de resolver 30 mil milhões destes empréstimos em incumprimento.
No terceiro trimestre, o rácio de malparado diminuiu 0,4 pontos percentuais, para 11,3%, beneficiando da redução do "stock" de empréstimos em incumprimento em 1,3 mil milhões de euros, de acordo com os dados sobre o sistema bancário português, divulgados esta quinta-feira, 3 de janeiro, pelo Banco de Portugal.
"A redução deste rácio foi mais expressiva no segmento dos particulares (finalidade habitação), cujo 'stock' de NPL diminuiu 269 milhões de euros (5%) no trimestre", diz o banco central liderado por Carlos Costa.
A entidade refere que, desde o máximo histórico, alcançado em junho de 2016, o rácio de NPL (crédito malparado) diminuiu 6,6 pontos percentuais. Isto corresponde a 19,2 mil milhões de euros. Ainda assim, os dados do Banco de Portugal mostram que ainda há perto de 31,2 mil milhões de empréstimos tóxicos por "limpar".
Isto apesar dos esforços dos bancos nacionais para reduzirem este "peso" do seu balanço. Recentemente, o Montepio anunciou a cedência de um conjunto de 10 mil contratos de créditos problemáticos com um valor bruto de 239 milhões de euros.
Também o Novo Banco tem vindo a dar os mesmos passos, ao vender uma carteira de malparado avaliada em 2.150 milhões de euros aos americanos do KKR.
Esta diminuição do "stock" de malparado contribui para a melhoria da rentabilidade dos bancos. Isto porque há uma redução das provisões por parte das instituições financeiras.
"Nos primeiros três trimestres de 2018, a rendibilidade do sistema bancário aumentou significativamente face ao período homólogo: a rendibilidade dos capitais próprios cresceu 3,9 pontos percentuais e a rendibilidade do ativo aumentou 0,4 pontos percentuais", afirma o Banco de Portugal.
"A evolução positiva da rendibilidade nos primeiros três trimestres de 2018 face ao período homólogo, refletiu, principalmente, uma diminuição do fluxo de provisões e imparidades", mas também dos custos operacionais, nota.