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Elisa Ferreira: Dados do malparado para dezembro "devem ser confortáveis"

A vice-governadora do Banco de Portugal confia que a tendência de redução do crédito malparado entre os bancos portugueses vai continuar. Ainda assim, Elisa Ferreira alerta que os níveis de NPL (Non-Performing Loans) ainda são elevados.

Miguel Baltazar
23 de Janeiro de 2019 às 10:33
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A vice-governadora do Banco de Portugal está confiante de que o peso do crédito malparado no balanço dos bancos nacionais vai continuar a diminuir e que os dados referentes a dezembro, ainda por divulgar, vão reforçar essa perspetiva. Ainda assim, Elisa Ferreira salienta que os níveis de NPL continuam elevados na banca portuguesa.

"Os dados de dezembro devem ser confortáveis. Esperamos a confirmação dos números nesse sentido", afirmou Elisa Ferreira nas Jornadas de Reestruturação, Liquidação e Insolvência organizadas pela Ordem dos Economistas, esta quarta-feira, 23 de janeiro.

Os números divulgados nos primeiros nove meses do ano passado mostram que os esforços dos bancos para limpar o malparado dos balanços estão a dar frutos. E a responsável do banco central acredita que esta tendência é para continuar. "A informação pública disponível de algumas das principais instituições sugere a continuação da tendência de redução do 'stock' de NPL", refere.

Desde o máximo histórico, observado em junho de 2016, o rácio de NPL diminuiu de 17,9% para 11,3% em setembro de 2018. Isto reflete uma redução de 19,2 mil milhões de euros do "stock" de NPL.

Apesar desta "limpeza", dados do Banco de Portugal mostram que ainda há cerca de 30 mil milhões de euros de malparado por resolver.

"Não obstante o progresso assinalável que se está a alcançar (evitando a intervenção/ajuda direta do Estado), o nível de NPL das instituições nacionais continua a ser significativo e a comparar desfavoravelmente no contexto europeu", nota a vice-governadora do Banco de Portugal.

É, por isso, "necessário que as instituições de crédito prossigam com a redução dos seus ativos não produtivos, em linha com os planos submetidos às autoridades de supervisão", nota Elisa Ferreira, salientando ainda que é crucial que os bancos "reforcem as suas capacidades de molde a acomodar um eventual agravamento das exigências de supervisão e prudenciais".

Os bancos portugueses têm avançado com a venda de carteiras numa tentativa de se "libertarem" destes ativos tóxicos. Mais recentemente, o Novo Banco colocou à venda mais mil milhões de euros de crédito malparado para aproveitar o momento favorável do mercado. Depois desta operação, o montante dos chamados créditos não produtivos será menos de metade do que existia em 2015.

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