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Moody’s: Banca portuguesa está a limpar o balanço de forma "mais rápida"
Apesar da evolução positiva, a agência de notação financeira nota que o rácio que mede o malparado em Portugal é "muito pobre" quando comparado com a média da União Europeia.
Os bancos portugueses reduziram o nível de crédito malparado em 2018 e devem prosseguir esta tendência em 2019, beneficiando com a evolução sólida da economia.
A conclusão é da Moody’s e consta num relatório publicado esta terça-feira. "Os bancos portugueses estão a limpar os seus balanços de uma forma mais célere", refere Pepa Mori, vice-presidente da Moody's, acrescentando que o crédito malparado [NPL] "desceu fortemente devido às condições económicas sólidas e aumento das recuperações e amortizações".
O mesmo responsável salienta que esta descida do malparado também acelerou no quarto trimestre uma vez que alguns dos grandes bancos venderam carteiras volumosas de malparado. Foi o que fez o Novo Banco, que como o Negócios noticia hoje, está a colocar à venda mais mil milhões de euros de crédito malparado.
O rácio de NPL ("nonperforming loans"), que mede o peso do malparado no crédito total, situava-se em 12% no final de setembro de 2018, o que compara com os 15,2% do final de 2017 e está bem abaixo do pico de 20,1% registado em junho de 2016.
Apesar de destacar esta evolução positiva na limpeza dos balanços, a Moody’s assinala que o rácio NPL da banca portuguesa "é ainda muito pobre quando comparado com a média da União Europeia", que se situava em 3,4% em setembro.
A agência de rating destaca que o principal problema no malparado da banca portuguesa está no crédito concedido às empresas (rácio de 22,1%), sendo que os ativos imobiliários problemáticos continuam a representar um constrangimento para a qualidade dos ativos dos bancos.