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Banco Montepio prepara venda de 370 milhões de euros em crédito malparado

O Banco Montepio está a comercializar duas carteiras de crédito malparado, no valor total de 370 milhões de euros. Espera concluir a operação ainda este ano, de modo a cortar o rácio de malparado, que está em 16,2%.

Carlos Tavares é, actualmente, o presidente executivo e não executivo do Banco Montepio. Terá de deixar de acumular as duas funções, mantendo-se como CEO, em Janeiro. Lusa
03 de Dezembro de 2018 às 10:24
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O Banco Montepio está a preparar a venda de duas carteiras de crédito malparado. Em causa está um valor contabilístico bruto de 370 milhões de euros, segundo noticia a agência Bloomberg. O objectivo é reduzir o peso do malparado, que representava, no final de Setembro, mais de 16% de toda a carteira de crédito.

 

De acordo com a agência, há duas tranches de malparado do Montepio nesta operação: uma delas, denominada Atlas, que se trata de exposições não produtivas, de 250 milhões de euros; e a outra, chamada Cascais, de 120 milhões de euros, de imóveis recebidos em dação em pagamento. Não se sabe qual o valor líquido destes activos, ou seja, qual o montante actualmente reconhecido depois de imparidades constituídas - é esse valor que vai permitir perceber se o banco recebe mais-valias ou enfrenta menos-valias com as transacções. 

 

Como sublinha a Bloomberg, estes são valores preliminares, sendo que podem ainda variar na concretização da transacção, que a instituição presidida por Carlos Tavares - que está a alargar a sua dimensão - espera concluir até ao final deste ano.

 

"A Caixa Económica Montepio Geral, como os restantes bancos portugueses, tem vindo a promover a venda de carteiras de crédito malparado e de imobiliário nos últimos anos. Este ano não é excepção e a conclusão dos dois tipos de transacções é esperada até ao fim do ano", é a resposta dada pela assessoria de imprensa do Montepio à Bloomberg. É para esta declaração que a instituição remete quando contactada pelo Negócios.

 

A intenção é que a operação fique fechada este ano, para poder ter impacto já nas contas e no balanço no fecho do ano. O objectivo é diminuir o peso do malparado no balanço da caixa económica que, como se comprova nos resultados dos primeiros nove meses do ano, tem um dos rácios mais elevados do sector em Portugal.

 

Em Setembro, o rácio de exposições não produtivas, as NPE (que incluem o crédito malparado), ficou em 16,2%, depois de nove meses em que o Montepio reduziu o ritmo de corte deste tipo de activos. Ao todo, as exposições não produtivas do agora chamado Banco Montepio totalizavam 2,18 mil milhões de euros, menos 122 milhões do que em Dezembro do ano passado. Isto numa carteira de crédito bruto de 13,5 mil milhões. 

 

O Banco Montepio vai tentar vender malparado quando está a decorrer, no país, a maior operação do género desde sempre: a chamada operação Nata, em que o Novo Banco vende um total de 1,75 mil milhões de euros em malparado. Uma transacção que deverá agravar os prejuízos do ano.

 

A venda de crédito malparado é uma das formas que os bancos têm para diminuir o peso do malparado, cuja existência pesa no capital e impede a utilização de recursos para outros fins. Outras opções são o abatimento ao activo daqueles activos (reconhecimento de que já não existe no balanço, com perda total) e ainda as recuperações normais de crédito.

 

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