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Tomás Correia terá ignorado alertas com aprovação de investimento de risco
Uma investigação do jornal Público revela que a gestão de Tomás correia violou limites de investimento especulativo em 2014, já depois da crise do ‘subprime’. Instituição vai a votos esta sexta-feira, para eleger a administração para os próximos três anos.
A 24 de Abril de 2014 a Caixa Económica Montepio Geral contabilizava qualquer coisa como 850 milhões de euros em investimentos especulativos e empréstimos de risco a apenas nove clientes. A situação levou o departamento de planeamento da instituição a enviar um email à administração chefiada por Tomás Correia, alertando para os riscos dessa situação.
A história é contada esta quinta-feira pelo jornal Público, que identifica os clientes: a empresa de navegação de Rui Alegre, o Grupo Espírito Santo, a construtora e imobiliária HN, o construtor Aprígio Santos, da Figueira da Foz, os também construtores José Guilherme e José Silvério, a EDP, a PT e a Galp.
Os técnicos falavam em "instrumentos altamente complexos", e alertavam para os riscos que a instituição corria. E os acontecimentos posteriores, escreve o Público, vieram provar que os receios do departamento de planeamento em relação a vários dos clientes em causa tinham efectivamente razão de ser.
O Montepio está em eleições, tendo os seus associados vindo a exercer o direito de voto por correspondência nas últimas semanas. Esta sexta-feira decorrerá a votação presencial. Na corrida estão três listas: a de António Tomás Correia, líder da associação mutualista há 10 anos e que se recandidata para um quarto mandato; a de Fernando Ribeiro Mendes, vogal da administração de Tomás Correia que agora avança sozinho; e a lista liderada pelo empresário António Godinho, que já se candidatou em 2015 e agora voltou a fazê-lo.