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Monte dei Paschi falha aumento capital e governo aprova pacote de ajuda à banca
O banco italiano Monte dei Paschi di Siena anunciou que não conseguiu reunir os cinco mil milhões de euros que queria obter com o aumento de capital, uma das componentes do seu plano de recuperação. Governo reuniu-se e aprovou um pacote de ajuda à banca no valor de 20 mil milhões de euros.
A entidade financeira Banca Monte dei Paschi di Siena (BMPS), a braços com uma vasta carteira de crédito malparado, e que iniciou na segunda-feira, 19 de Dezembro, um plano de recapitalização, confirmou esta quinta-feira à noite, em comunicado do conselho de administração, que o aumento de capital fracassou.
Assim, no dia em que terminava o período definido para a recapitalização da instituição por via da conversão de dívida em acções, o banco conseguiu captar somente cerca de 2,5 mil milhões de euros, um valor bem abaixo dos 5 mil milhões estipulados e que o Banco Central Europeu considerou necessários.
Perante a possibilidade de o plano de recapitalização falhar, a imprensa apontava já ao final da tarde que o governo iria reunir-se esta noite ou amanhã de manhã. Acabou por o fazer já hoje, às 23:35 (menos uma hora em Lisboa).
Entretanto, já depois da meia-noite de Lisboa, a imprensa internacional avançou a notícia de que o governo italiano aprovou, nesta reunião de emergência, o decreto que destina 20 mil milhões de euros ao apoio de instituições bancárias com problemas financeiros.
Recorde-se que o parlamento italiano já tinha autorizado ontem o governo de Paolo Gentiloni a endividar-se em mais 20 mil milhões de euros, de forma a garantir fundos para suportar os bancos mais frágeis em caso de necessidade. O plano, avançado por Gentiloni na segunda-feira, recebeu luz verde da maioria dos deputados, com 389 votos a favor e 134 contra.
O governo tem insistido que este resgate seria um esforço "isolado", sendo por isso temporário e sem impacto no saldo estrutural, que é uma das principais medidas de avaliação orçamental usadas pela UE, acrescenta o jornal britânico.
Quanto à União Europeia, apenas disse que irá "tomar nota" das alterações de algumas metas em matéria de finanças públicas.
Quem está encarregado de resgatar o BMPS é Pier Carlo Padoan, ministro italiano das Finanças, que se manteve no cargo depois do colapso do governo de Matteo Renzi na sequência do "não" no referendo às reformas constitucionais a que se tinha proposto.
O Estado italiano detém cerca de 4% das acções deste banco fundado em 1472, mas deverá aumentar a sua posição.
(notícia actualizada às 00:51 de sexta-feira, 23 de Dezembro)