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Governo italiano decide hoje o futuro do Monte dei Paschi

Segundo fontes oficiais citadas pela Bloomberg, o Governo italiano vai reunir-se em conselho de ministros, às 18:30 de Lisboa, para discutir o decreto sobre a ajuda à banca.

O Monte dei Paschi, o banco mais antigo do mundo, também tem sentido a pressão devido à exposição a activos de risco. O banco procura novos investidores e parceiros para vender carteiras de crédito de menor qualidade de forma a aliviar o fardo que estes representam para o seu balanço. As acções descem 52,68% em 2016.
Bloomberg
22 de Dezembro de 2016 às 12:01
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O futuro do italiano Monte dei Paschi deverá ser decidido esta quinta-feira. Segundo fontes oficiais do Executivo de Gentiloni, citadas pela Bloomberg, está marcado para hoje, às 18:30 horas de Lisboa, um conselho de ministros que tem na agenda o decreto-lei sobre a ajuda ao sector bancário.

Segundo a mesma fonte, o decreto, que já teve luz verde do parlamento italiano, também já foi aprovado pelas autoridades europeias. Este decreto autoriza o Governo a endividar-se em mais 20 mil milhões de euros, de forma a constituir um fundo para suportar o sector, sendo válido não só para o Paschi, como também para outros bancos.

A Bloomberg, referindo uma fonte oficial, avança que o Governo vai entrar no banco com os fundos que não ficarem assegurados por investidores privados, assim que fique claro o falhanço do plano de recapitalização de cinco mil milhões de euros.

Em declarações ao Il Sole 24 Ore, o ministro italiano das Infraestruturas e Transportes, Graziano Delrio, referiu, contudo, que "ainda não está definido um conselho de ministros sobre o Monte dei Paschi".

A confirmar-se a reunião dos membros do Governo, esta decorrerá quando já estiver fechada a segunda operação de troca de dívida por acções, que não está a atrair o interesse desejado.

Num comunicado emitido ao final do dia de ontem, o banco italiano anunciou que recebeu manifestações de interesse no valor de 2,45 mil milhões de euros, e que não tinha ainda conseguido atrair o interesse de um investidor de referência para a emissão de acções, que é fundamental para a recapitalização total de 5 mil milhões de euros.

Neste contexto, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de o Estado avançar com um resgate ao banco que, segundo alguns meios italianos, poderá estar finalizado em dois a três meses.

Numa comunicação publicada no início da sessão de ontem, o banco avisou que poderá ficar sem liquidez mais rápido do que era previsto. Depois de ter dito na semana passada que a sua posição de liquidez de 10,6 mil milhões de euros deveria durar 11 meses, a instituição alertou agora que o prazo deverá ser mais curto, de apenas quatro meses.

 

Além do Monte dei Paschi, há uma série de outros bancos mais pequenos apontados como os próximos na lista da intervenção do Estado: o Veneto Banca, o Popolare Vicenza, o Cassa di Cesena, Cassa di Rimini e Cassa di San Miniato, segundo o italiano Il Messaggero.

 

As acções do Monte dei Paschi estão a descer, nesta altura, 0,61% para 16,20 euros, depois de terem oscilado entre ganhos e perdas durante toda a manhã. Chegaram a afundar 9,75% e a valorizar 4,29%.

 

Os restantes bancos estão a ser animados pela notícia do resgate ao Monte, por poder resultar na diminuição do risco sistémico no sector. O Banco Popolare ganha 6,53%, o Banca Popolare di Milano sobe 6,34% e o UBI Banca soma 4,05%. 


(Notícia actualizada às 12:24)

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