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Minuto-a-minuto: Bava acaba com “humildade” audição criticada por deputados

"Não guardo de memória" foi talvez o início de frase mais referido por Zeinal Bava na comissão de inquérito parlamentar. Os deputados não ficaram satisfeitos com as intervenções do gestor, que dizem não ter respondido ao que lhe era perguntado. Seis horas depois ficou a saber-se que Bava não assume responsabilidades pelo que se passou nas aplicações da PT depois de Junho de 2013.

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Esta quinta-feira, 26 de Fevereiro, Zeinal Bava testemunha na Comissão de Inquérito à Gestão do BES e do GES como ex-presidente da PT, empresa que acabou por ser arrastada pelo vendaval da queda do BES. A PT subscreveu 897 milhões de euros de dívida da Rioforte, que não foi paga. 

 

22h11 Ao fim de seis horas, a audição a Zeinal Bava terminou. O antigo presidente da PT declarou que a "humildade" é algo que o caracteriza "como estilo". 

 

"Uma palavra de apreço a trabalhadores da PT e da Oi pelo trabalho fantástico que fazem nas empresas", concluiu. 

 

22h05 Zeinal Bava recusa que a Oi tenha decidido retirar depósitos colocados pela PT no BES por ter tido acesso a informação sobre uma eventual resolução. "Não houve nenhuma informação, que eu tenha conhecimento, e qualquer privilégio em relação a essa matéria".

 

A PT retirou 128 milhões de euros aplicados em depósitos no BES a 30 de Junho de 2014. Ou seja, este montante saiu dos cofres do banco entre final de Junho e início de Agosto. Se os depósitos estivessem no BES aquando da resolução, a PT ficaria sem eles, dado que passaria para o banco "mau".  

 

21h53 Quando soube dos problemas da ESI?, perguntou Pedro Nuno Santos, deputado do PS a Zeinal Bava. "Se as coisas fossem tão óbvias, isso teria aparecido na avaliação que o Santander fez ou que os auditores estavam a fazer aquando da operação. Não havia do nosso lado a percepção de que a situação estava nesse nível". Não eram óbvias as informações que já havia problemas no GES. Bava até lembrou que o BES foi ao aumento de capital da Oi. "Não tinha conhecimento da extensão desse caso". Zeinal Bava acabou por dizer que não lê jornais para justificar não ter a percepção de que havia problemas no GES. "Entendo a estranheza mas quero que entenda que nós também estávamos com uma tarefa hercúlea".

 

21h48 Duarte Marques acaba a sua inquirição com críticas a Zeinal. "A audição fica aquém das nossas expectativas. Da nossa parte, apesar de ter prestado um bom serviço à PT durante muitos anos, ficamos com a sensação de que havia um Zeinal Bava antes e outro depois. Gostávamos que nos tivesse ajudado mais".

 

"Não há um Zeinal antes e depois. Mas há um que, antes, tinha responsabilidade na PT SGPS e a, partir do momento em que deixou de ter, não devia saber determinadas coisas porque não era da sua responsabilidade", contrariou o ex-responsável executivo da PT. 

 

Zeinal Bava está, contudo, "perfeitamente disposto a discutir" opções estratégicas e operacionais que tomou na Oi e na PT Portugal. 

 

21h32 Duarte Marques, do PSD, traz para o tema a avaliação que o Santander fez aos activos da PT Portugal no âmbito da fusão com a Oi. Será que essa avaliação já contava com a aplicação em dívida do GES? 

 

"O trabalho foi feito pelo Santander. A informação para fazer o seu trabalho foi fornecida pela PT. O Santander apresentou essa avaliação aos accionistas da Oi, como é exigível por lei. O que posso dizer é que o Santander fez esse trabalho, tenho de acreditar que de forma diligente, com base na informação que lhe foi fornecida pela PT", declarou, adiantando que pode "estar equivocado" por não ter certezas. 

 

Zeinal Bava também afirmou não ter estado envolvido nestes trabalhos, até porque se encontrava na Oi e estar integrado poderia criar conflito de interesses. 

 

21h22 "Isso não responde a nada", reagiu a deputada bloquista a uma resposta de Zeinal sobre o esforço que Salgado fazia ao pedir eventual ajuda à PT. 

 

21h21 "Tenho dificuldades em ler o que Ricardo Salgado quer dizer quando transmitiu isso". Foi assim que Zeinal Bava comentou o que o ex-presidente do BES quis dizer quando se mostrou preocupado com o impacto que a fusão entre Oi e PT poderia ter na parceria estratégica que unia o banco à operadora. 

 

21h15 O Bloco perguntou ao antigo gestor da operadora sobre a informação constante nos relatórios e contas dos últimos anos, em que se afirmava que havia uma diversificação nos investimentos quando se sabe, agora, que os excedentes de tesouraria eram, na sua maioria, aplicados em dívida do Grupo Espírito Santo. 

 

"Não acho que seja falsa informação. Acho que não houve nunca uma intenção de dar informação errónea ao mercado", respondeu Zeinal. "Mas deu", ripostou Mariana Mortágua. "É uma evidência", disse o ex-CEO da PT, garantindo que a empresa "nunca colocou nada em nenhum documento que tivesse como intenção não dar a melhor informação ao mercado".

 

21h11 José Magalhães, que está agora a substituir Fernando Negrão na presidência da comissão, impediu as perguntas de Mariana Mortágua para pedir a Zeinal Bava que explicasse o que era um "tableau de bord". Segundo o deputado socialista, chegaram-lhe vários pedidos de esclarecimento sobre aquela expressão. Este era um material do conselho de administração onde se encontravam os investimentos feitos em instrumentos financeiros.  

 

21h07 Mariana Mortágua e Zeinal Bava discutem durante alguns minutos a posição de Pacheco de Melo, o administrador financeiro da PT. A deputada cita a auditoria da PwC às relações da PT e do BES onde o CFO defendia que, em determinados anos, se mostrava desconfortável com o nível de exposição da operadora ao BES. 

 

"Não vou comentar o que Eng. Pacheco de Melo disse. Não sei em que contexto disse isso. Não guardo memória que tivesse sido dito e, por isso, em sã consciência,  não recordo que alguma vez tenha tido esse feedback", comentou.

 

20h58 Zeinal Bava assumiu que a Ongoing foi um dos accionistas de referência que apareceu na altura da OPA da Sonaecom "e foi accionista importante para que OPA não vingasse". Mas acrescentou que o "apoio que tivemos foi bastante alargado". E garantiu desconhecer como é que a Ongoing se financiou, com quem, em que termos e em que condições se financiou para entrar na PT.

 

20h49 Bruno Dias, do PCP, inicia a segunda ronda. Continua a falar-se de investimentos da PT em dívida do GES e do peso destes investimentos na exposição total da operadora a instrumentos financeiros, nomeadamente reuniões de Zeinal com Ricardo Salgado. "Houve sempre várias conversas. Não assim tantas até", disse. 

 

Contudo, nunca houve conversas sobre dívida do GES. "Não discuti títulos com Dr. Ricardo Salgado. [Mas] discutia com o Dr. Ricardo Salgado vários temas", disse. Essas reuniões que fazia era com Dr. Henrique Granadeiro. 

 

20h37 Quatro horas e meia depois do arranque da audição, os cinco partidos já fizeram as perguntas da primeira ronda. Inicia-se a segunda ronda. Inicialmente, a previsão era a de que os partidos fariam, cada um, perguntas de seguida, e depois Zeinal Bava responderia. Contudo, os deputados quiseram fazer, novamente, uma sessão de perguntas e respostas, "tendo em conta o convidado de hoje", disse o deputado social-democrata Duarte Marques. Isto porque, na primeira ronda, o ex-presidente da Oi fugiu várias vezes às perguntas. 

 

20h34 A deputada do CDS quer saber quem é que colocou os investimentos do GES no "tableau de bord", o material onde se encontrava a lista de aplicações de tesouraria da PT. Zeinal Bava respondeu: "os investimentos eram aprovados na comissão executiva". "Sim, mas quem é que pôs os investimentos no ‘tableau de bord’?". "Foram técnicos", ripostou o ex-gestor. A resposta não agradou a Cecília Meireles.

 

20h25 "Falou com Ricardo Salgado sobre a aplicação em sociedades do GES?", questionou Cecília Meireles. A resposta não veio logo. Com dificuldades em obter a resposta, a deputada centrista começou por dividir a pergunta. "Falou ou não alguma vez com Ricardo Salgado?". "Quando?" "Sempre". A deputada continuou nas perguntas, mas Zeinal disse que já tinha respondido. "Sou eu que sou de compreensão lenta, então", atirou Cecília Meireles, que perguntou novamente se houve essa

Eu não guardo nenhuma memória que me tivesse sido transmitida informação sobre qualquer aplicação na Rioforte.
 
Zeinal Bava

conversa com o ex-banqueiro sobre o tema em causa. "Eu não guardo nenhuma memória que me tivesse sido transmitida informação sobre qualquer aplicação na Rioforte", respondeu.

 

20h16 A PT nunca teve dívida noutras empresas para além do GES/BES. A pergunta foi feita pela deputada centrista Cecília Meireles. A resposta de Zeinal Bava foi a de que achava que não. Nem mesmo dívida da CGD, banco que, à semelhança do BES, tinha uma parceria estratégica com a operadora. 

 

20h15 Depois de várias perguntas e respostas sobre a operação de fusão entre a PT e a Oi, Cecília Meireles questiona Zeinal Bava sobre a ligação à CGD. "Penso que a CGD vendeu a sua participação na PT, algures entre Julho e Dezembro de 2013. Até aí, manteve-se a parceria estratégica entre as duas entidades". Depois, caiu.

 

19h57 Zeinal Bava não acusa o tom de ter ajudado à destruição de valor da PT. "Avaliar este tema com base na cotação actual da SGPS é minimalista". Bava acredita que a Oi vai criar valor. "Não subscrevo essa visão de destruição de valor".

 

19h56 Cecília Meireles começa a sua intervenção, lembrando que das outras duas vezes que Zeinal Bava esteve na comissão de inquéritos ficou "sem respostas concretas". "A minha resistência e experiência não me está a valer nesse sentimento de frustração". Cecília Meireles seguiu-se a uma declaração de Pedro Nuno Santos que acusou Zeinal Bava de estar a enrolar e não a esclarecer. 

 

19h43 A quem serviu a fusão da PT com a Oi, pergunta o PS? Bava explica que tinha ambição de criar um operador lusófono que seria uma mais-valia para todos os accionistas. Ricardo Salgado impôs condições para aprovar fusão? "Houve várias preocupações manifestadas e não necessariamente pelo Dr. Ricardo Salgado de garantir que a PT continuasse a ser um motor de desenvolvimento em Portugal e que não passasse a ser uma subsidiária. Essa era a preocupação de todos os accionistas e também do BES", que queriam que o "alinhamento e a parceria estratégica se mantivesse". Bava lembrou que o BES comprou acções da Oi para garantir equiparação de lado a lado.

 

19h41 Discordância com a PwC. Zeinal Bava até admite que não haja por escrito comparações com outras aplicações na banca. Mas diz não ter dúvida de que a equipa financeira fazia as consultas necessárias para comparar o retorno de aplicações noutros bancos.

 

19h36 Pedro Nuno Santos questiona Zeinal Bava sobre o domínio do BES na PT, querendo saber se tinha privilégios face a outros accionistas. Bava foi dizendo que "os accionistas de referência naturalmente tinham uma interlocução de referência. E eram vários". Acabou, no entanto, por dizer que o "BES era mais proactivo".  

 

19h34 A PT Portugal não fazia gestão financeira da sua liquidez, assumiu Bava, explicando que essa liquidez migrava para a SGPS. 

 

19h30 A tesouraria centralizada apenas entrou para a PT Portugal a partir do momento em que a Oi entrou para a PT Portugal. "Há um equívoco de conceitos". Gestão de tesouraria e cash pooling. "Cash pooling não é mais do que várias contas com automatismo que passa para uma conta mestre". Isto é o primeiro momento. Depois há a decisão de gerir esse dinheiro. "O cash pooling e tesouraria centralizada passaram para a órbita da PT Portugal apenas após 5 de Maio. Até porque quem é que garantia que o aumento de capital ia ter sucesso?". Há conceitos trocados, reafirmou Bava, para não dizer frontalmente que Granadeiro, no seu entender, está errado quando diz que a gestão centralizada já estava na PT Portugal. 

 

19h26 A Oi pediu para que os termos e condições da fusão fossem revistos, para que a Oi não tivesse imparidade patrimonial. Os accionistas da PT decidiram favoravelmente, explicou Zeinal Bava, que assumiu não saber precisar quando soube das aplicações na Rioforte. "Talvez finais de Junho. Não era da minha conta onde é que a PT investia. A Oi não tinha de saber nem devia saber. Eu não tinha de saber nem devia saber". 

 

19h23 A exposição à ESI foi paga, assumiu Bava, que reafirmou não ter conhecimento da situação do GES.

 

19h22 "Para mim não era óbvio, até pela distância que tinha, que a situação pudesse acabar como acabou. Não tinha informação nenhuma que me levasse a dizer que resultado final fosse o que acabou por ser". 

 

19h09 "É óbvio que o tableaux de bord, porque não procurava omitir nenhum nível de detalhe, tivesse essa informação", declarou Bava quando confrontado com o nível de detalhe da tabela onde estavam aplicações com taxas de juro acima das praticadas pelos depósitos normais. Isto quando confrontado porque não distinguia entre o BES e o GES. "Nem todos os depósitos têm a mesma rentabilidade", afirmou Bava que já tinha dito que não distinguia BES e GES. "Era impossível não perceber que eram títulos de dívida", atirou o deputado socialista Pedro Nuno Santos que já várias vezes incluiu a consideração que Bava tinha sido considerado o melhor CEO do mundo. 

 

18h56 "Não reclamei nada da PT", garantiu Zeinal Bava quando questionado sobre se tem a receber da PT prémios diferidos. "A definição dos prémios da PT é feita com base em critérios objectivos. A forma como a notícia tem sido tratada leva a uma presunção de que era um grupo de amigos que decidiam dar prémios uns aos outros". Zeinal Bava garantiu: "Neste momento este assunto não ocupa a minha atenção. Não reclamei prémio da PT. O que existe a nível de diferidos é uma prática para garantir que a gestão mantivesse compromisso com projecto".  

 

18h54 "Não vou emitir opiniões e alimentar especulações. Dou respostas com base em factos". Zeinal Bava recusou dizer se teria falado à Oi sobre as aplicações de 897 milhões de euros se tivesse ficado em Portugal.

 

18h51 Já lhe disse em relação ao que foram as aplicações depois de eu ter saído: "em sã consciência não sabia desses investimentos, não guardo qualquer memória que me tenha sido transmitida". "A operação de fusão tinha três condicionantes. Até 5 de Maio não tínhamos certeza que fusão ia acontecer". A PT tinha de convencer os credores que deviam trocar a dívida da PT por uma garantia da Oi. Segunda condicionante: que a avaliação do Santander permitisse que a PT tivesse participação na Oi num determinado intervalo. E a terceira era o aumento de capital da Oi.

 

18h42 Questionado sobre alegado email de Salgado a Sérgio Andrade (da Andrade Gutierrez), Bava remeteu para uma declaração da Oi a 11 de Agosto, dizendo que desconheciam troca de emails e que informações não eram verdade.

 

18h38 Zeinal Bava afirma que não consegue falar do detalhe das aplicações, mas que "a base de relacionamento com estas entidades vinha de um acordo de parceria em 2000". Zeinal Bava não tem dado nomes de quem fazia essas aplicações. Duarte Marques atirou: "quantas vezes falou com o dr. Ricardo Salgado em 2013 e 2014?" Zeinal Bava respondeu: "Não foram muitas com certeza. E muitas das vezes, a maior parte das vezes, até estava acompanhado com o Dr. Henrique. É normal e natural as empresas falarem com os seus accionistas. Sempre falei com accionistas".

 

18h37 Falava com alguém do BES? Zeinal Bava perguntou: eu? "As equipas falam". Duarte Marques acrescentou à pergunta: a tesouraria da PT era na Avenida da Liberdade (sede do BES). "De jeito nenhum a gestão de tesouraria dependia de terceiras entidades. É quase uma heresia dizer isso. Eram decisões tomadas pela SGPS".

 

18h34 Ricardo Salgado não tinha de pedir qualquer investimento da PT porque, segundo Zeinal Bava, a parceria estratégica de 2000 pressupunha reciprocidade. O Grupo Espírito Santo "apoiou a PT nalguns momentos difíceis", nomeadamente depois da entrada no Brasil. Quando a PT investia no BES, qual era o método?, questionou Duarte Marques. "No acordo de parceria sabia-se que tínhamos de dar preferência às instituições financeiras" da parceria. BESI e Caixa BI participaram em várias assessorias financeiras.

 

Falou com Salgado e Morais Pires sobre aplicações no BES/GES? "Está a pedir-me um exercício de memória que não guardo. Algumas vezes discutiram-se alinhamentos que a PT em termos estratégico tinha com empresas financeiras - não só com o BES - e por isso..."

 

18h26 Bava garantiu que a PT não se endividou para fazer aplicações no GES. "Não foi buscar dinheiro porque estava pré-determinado que ia investir no BES".

 

18h22 "Em relação à Rioforte já disse não só no facto relevante a 11 de Agosto como agora disse categoricamente que não sabia. Para que não restem dúvidas, as decisões de tesouraria da SGPS eram da responsabilidade da SGPS, eu sai no dia 4 de Junho de 2013. Não tinha de saber onde a empresa tinha de aplicar o dinheiro".

 

18h19 Zeinal Bava e Duarte Marques trocaram palavras porque Bava não aceitou dizer se Granadeiro ou Morais Pires mentiram à PwC sobre o conhecimento de Zeinal Bava das aplicações na Rioforte. Nesta fase, Bava disse que não comentava afirmações de terceiros. Mas acabou por reafirmar que não tinha qualquer informação sobre a matéria.

 

18h16 O caso Oi começou a chegar. Zeinal Bava não quis dizer a indemnização que recebeu da Oi. Foi para a Oi para "um projecto de turnaround da companhia, que evoluiu para projecto luso-brasileiro, e os projectos têm evoluções". Zeinal Bava assumiu que o evento Rioforte "aumentou a crispação entre as várias partes e nós, no meio destas alterações, como gestores temos de colocar os interesses da companhia em primeiro lugar. As empresas são dos accionistas". Bava lembrou ter sido contra a venda da Vivo, mas acabou por fazê-la porque a decisão foi dos accionistas. 

 

18h15 Apesar de consentir que o seu estilo de gestão é orientado para o detalhe e com domínio detalhado das matérias, Zeinal Bava explica que "um dia tem 24 horas e estava no Brasil, onde estava 80% do meu tempo. É humanamente impossível ter domínio de temas que não são da directa responsabilidade".

 

18h06 Duarte Marques aludiu à queda da PT, o que levou Zeinal Bava a contestar a ideia de que a PT faliu. "A PT Portugal está em vias de ser adquirida por 7,9 mil milhões de euros. A PT Portugal continua a ser motor de crescimento do sector das telecomunicações em Portugal". Zeinal Bava assumiu haver "uma confusão generalizada, muitas vezes por motivações que não sei quais são, de confundir a PT SGPS com a PT Portugal". E realçou que não se pode comparar o valor da PT SGPS hoje com o valor a que foi privatizada.

 

E realçou que não se pode comparar o valor actual da PT SGPS com o valor a que foi privatizada. "A PT Portugal é que foi a empresa privatizada" e vai ser comprada por 7,4 mil milhões [7,4 pagos pela Altice e 500 milhões adicionais prometidos]. "Podemos olhar para o valor de várias formas". Olhar para cotação da PT SGPS e "verificamos que entre 2007 e 2014 distribuiu 7,2 euros aos seus accionistas". 

 

18h05 "Eu nunca trabalhei no BES", garantiu Zeinal Bava ao deputado Duarte Marques.

 

18h02 Só no dia 5 de Maio de 2014, quando foi feito o aumento de capital da Oi através da qual a área de operações da PT passou para a brasileira (a PT Portugal), é que a tesouraria da PT Portugal passou a ser centralizada na Oi. Ou seja, desde 4 de Junho de 2013, quando saiu da PT, até essa data de 5 de Maio de 2014, do aumento de capital da Oi, o gestor rejeita responsabilidades – o investimento de 897 milhões de euros em sociedades do GES que não foram reembolsados foram anteriores. 

Não sabia. Não tinha de saber o que acontecia na PT SGPS. Não guardo qualquer memória de que me tivesse sido dada informação sobre qualquer aplicação após a data da minha saída. Não sabia das aplicações, não tinha que saber.
 
Zeinal Bava

 

17h53 A 4 de Junho de 2013, Zeinal sai da PT SGPS. Vai para a Oi, da qual a portuguesa é accionista e com a qual se fundiu a parte operacional em 2014. Sai da SGPS mas fica na PT Portugal, a parte operacional do grupo português, onde está o Meo. Daí que Zeinal diga que não sabia das aplicações no GES, que diz terem sido feitas ao nível da SGPS.

 

"Não sabia. Não tinha de saber o que acontecia na PT SGPS. Não guardo qualquer memória de que me tivesse sido dada informação sobre qualquer aplicação após a data da minha saída. Não sabia das aplicações, não tinha que saber. Quando dizem que devia saber, eu diria que não devia saber, sequer". Não devia saber, disse, porque haveria conflito de interesses por serem duas empresas separadas (PT e Oi).

 

17h52 Zeinal Bava não respondeu à pergunta sobre a afirmação de Amílcar Morais Pires, antigo administrador financeiro do BES, que disse que o antigo presidente da PT sabia dos investimentos em dívida do GES.

 

17h51 Negociou com Ricardo Salgado a aplicação de excedentes no BES/GES? "Não", respondeu abanando a cabeça. Houve, sim, "conversas genéricas, que tinham como base a relação da parceria estratégica, que é recíproca". Esta reciprocidade das ligações foi várias vezes repetida pelo responsável.

 

17h49 A deputada do Bloco de Esquerda considera que essa aplicação de tantos "ovos no mesmo cesto" por parte da PT no GES "é um bocado amadorismo para quem ganhou tantos prémios de melhor CEO".

 

"Há uma parceria estratégica com BES e CGD em 2000. Há reciprocidade. Há uma relação próxima entre PT, BES e CGD. Há ua estratégia financeira. Os investimentos eram feitos tendo em conta o retorno. Essa gestão que foi feita pela área financeira visava garantir melhor garantir equilíbrio entre risco e rentabilidade", contou. 

 

Mas e a diversificação? Zeinal Bava diz que podia haver colocações em vários bancos nacionais mas o "risco sistémico é o mesmo". Mariana Mortágua atirou: Mas o BES caiu e o sistema não. "O BES faliu mas, como sabe, faliu nas condições em que faliu". 

 

17h45 Mariana Mortágua pergunta sobre a exposição de 91% dos excedentes de tesouraria que a PT chegou a ter no GES/BES. "Em que medida respeita qualquer política de diversificação de portefólio?" Zeinal Bava não respondeu directamente. Disse apenas que, quando diz que não sofreu reparos das auditorias, referia-se apenas a reparos "materiais" que obrigassem a alterações de política. De qualquer forma, houve aspectos que foram sendo melhorados na sequência de tais auditorias. Mas não falou da diversificação de carteira.  

 

Mas sabia que havia essa exposição? "Sabia. Bastava ver o tableaux de bord, para sabermos que tínhamos uma exposição ao BES de valor ‘x’. O que está no tableaux de bord é verdade". Nesse documento, havia a indicação dos investimentos feitos.  

 

E porque é que houve esse investimento, perguntou a deputada. "Era onde estava investido", respondeu Zeinal. 

 

17h35 Zeinal remete para a existência de "tableaux de bord" que tinham a indicação dos investimentos que a PT fazia para mostrar transparência das operações. 

 

17h29 Zeinal Bava diz que nunca foi alvo de reparo na sua actuação na PT em termos financeiros. Mas o próprio quis fazer um reparo ao relatório feito pela PwC aos investimentos em dívida do GES: a empresa não se endividou através de uma emissão para depois emprestar à ESI, como disse a auditora. 

 

"O endividamento da PT não aumentou com essa emissão", explicou. "A dívida líquida ficou exactamente igual" porque se financiou mas também emprestou. "A PT não se endividou, não aumentou a sua dívida líquida. Aumentou foi a sua flexibilidade financeira". 

 

17h21 Momento caricato na comissão de inquérito. Mariana Mortágua questionou se havia documentos assinados que autorizassem o investimento da PT nas empresas do GES. Zeinal Bava respondeu nunca ter sido alvo de reparo por parte da comissão de administração nem da comissão de auditoria, da auditoria externa e da auditoria corporativa até ao dia 4 de Junho de 2013, quando saiu para a Oi. 

 

A pergunta repetiu-se várias vezes, a resposta foi sempre a mesma. O presidente da comissão de inquérito sentiu necessidade de intervir. E foi o próprio Fernando Negrão que fez a pergunta directa: houve operações aprovadas sem suporte documental? "Acho que não", respondeu Zeinal. Que acrescentou novamente que, até à data de saída, não foi alvo de nenhum reparo. "Já disse", conclui Negrão. 

 

17h13 "Até 4 de Junho de 2013, não tenho reparo de ninguém interno ou externo" quanto ao trabalho feito na PT. Esta é uma ideia que tem sido repetida, por inúmeras vezes, nas respostas que o antigo CEO da PT está a dar aos deputados.

 

17h09 A deputada do BE pergunta como foi investido dinheiro da PT em dívida da ESI em 2013 quando só havia contas daquela empresa até 2011. "Do lado da PT, existia a convicção plena de que o seu relacionamento era com o grupo no seu todo".

 

17h07 Mariana Mortágua pede provas que mostrem que o BES pagaria a dívida da Espírito Santo International caso algo corresse mal. "Não tenho essas provas. A parceria estratégica dava o conforto", respondeu. Zeinal lembra-se de algumas "cartas-conforto" que davam essa segurança.

 

17h05 O antigo presidente da PT já repetiu inúmeras vezes que não se pode pronunciar sobre o que aconteceu na empresa depois de 4 de Junho de 2013, data em que saiu para a Oi. Mesmo depois disso, continuou ainda na presidência da PT Portugal. 

 

17h04 Zeinal Bava continua a dizer que a justificação para as aplicações advinha da parceria estratégia da PT com BES e CGD. Questionado sobre o facto de mais de 70% das aplicações em excedentes de tesouraria estar em dívida de sociedades do GES (deixando pouco espaço para o banco público) em 2012, o antigo responsável disse que a equipa tomava decisões com base no que era proposto, e com a avaliação feita pela equipa financeira. Além disso, o GES tinha sempre cumprido: "Sempre tivemos uma relação em que houve cumprimento por parte das entidades. Nunca sentimos que isso tinha qualquer tipo de dificuldade". 

 

16h59 Zeinal volta a dizer que só o "ring-fencing" do Banco de Portugal, com separação de ramos financeiro e não financeiro, fez perceber claramente que o BES não era o GES. A PT sempre olhou para os dois como o mesmo. Mas tinha ideia que o último garante da exposição era sempre o banco.

 

16h57 O antigo executivo justifica que, nos últimos anos da década passada, a PT aumentou "significativamente" a exposição ao BES. Mas defendeu que o fez tanto ao banco privado como ao grupo público Caixa Geral de Depósitos, na sequência da venda da brasileira Vivo. 

 

16h55 Bruno Dias termina as suas perguntas. A bola passa à deputada bloquista. Mariana Mortágua coloca questões sobre a aplicação em dívida do GES entre 2007 e 2010.

 

16h53 "Nunca tive um único reparo de nenhum órgão de supervisão, interno ou externo, em relação a qualquer tema da área financeira. A equipa da área financeira fazia coisas no melhor interesse da companhia. Independentemente de ser eu o CFO [administrador com pelouro financeiro] ou o meu colega e amigo Luís Pacheco de Melo".

 

16h52 Questionado pelo deputado do PCP Bruno Dias, sobre as considerações negativas feitas pela comissão de auditoria interna em relação às aplicações de tesourarias, Zeinal Bava foi crítico. "Não me revejo nelas. E duvido que qualquer pessoa na comissão executiva ou do conselho de administração da PT se possa rever". O ex-presidente reiterou que não foi chamado a participar na auditoria interna.

 

16h51 "Não me lembro de uma única vez o auditor externo ou a comissão de auditoria terem referido que não se cumpriram as regras estabelecidas". Até 2010, era exigido aprovação interna da auditoria para aplicar excedentes de tesouraria. Depois desse ano, a auditoria passou a pronunciar-se apenas posteriormente. "Mesmo aí, pelo menos até 4 de Junho de 2013 [data da sua saída da PT SGPS], não me recordo de nenhum reparo". 

 

16h46 Zeinal Bava afirma que era normal a PT aplicar excedentes de tesouraria, ou seja, dinheiro que a empresa tinha a mais sem utilização: "Era algo que fazia parte da estratégia da empresa para garantir a solidez de médio e longo prazo. É normal que haja esse tipo de investimento. A PT não era a única empresa no sector das telecomunicações". 

 

16h40 "Não queria que ficasse a ideia de que a liquidez estava só no BES ou na Caixa. Reportando à data que saí [da PT SGPS, a 4 de Junho de 2013, embora continuasse depois na PT Portugal], a exposição aos dois bancos era de 20% a 30% [do total], dentro do que considerávamos aceitável", justificou o antigo CEO da PT. 

 

16h37 Zeinal Bava esteva na PT entre 1999 e 2013. Sobre o que aconteceu depois da saída não assume responsabilidade na operadora. "Só me reporto à data de 4 de Junho de 2013".

 

16h35 Zeinal Bava explicou a sua relação com o BES como sendo a mesma com o GES. "No contexto da PT, a PT via Grupo Espírito Santo como unidade. Não distinguia o grupo do banco. Sempre trabalhámos nesse pressuposto, que estávamos a lidar com a mesma entidade".

 

16h33 "Todas emissões de dívida eram aprovadas na assembleia-geral de accionistas, que delegava no conselho de administração a decisão de aprovar cada emissão. Todos os anos, era apresentada a nossa estratégia de financiamento para o ano", explicou Zeinal Bava, acrescentando que a PT sempre decidiu uma estratégia em que tinha disponibilidade financeira que garantisse que, em situação de crise, a empresa pudesse estar bem financiada. 

 

16h31 Bruno Dias questiona Zeinal Bava sobre as aplicações da PT em dívida do Grupo Espírito Santo iniciadas no início dos anos 2000. "Esse acordo de parceria estratégica com o BES tinha algum compromisso relativamente a essa matéria?" "O nosso relacionamento era com o Banco Espírito Santo. Na lógica da PT era com Grupo Caixa e o BES", começou por responder o ex-presidente da operadora.

 

16h27 O antigo gestor considera que a parceria estratégica do início do milénio com o BES e a CGD não colocava em causa os interesses da PT. "A empresa sempre procurou garantir que os melhores interesses da PT fossem salvaguardados". Não podem existir dúvidas, acrescentou, de que qualquer investimento feito no BES ou na CGD fosse feito "em detrimento dos seus próprios interesses".

 

16h24 "Não conheço o enquadramento da parceria estratégia entre PT e BES", disse Zeinal Bava a Bruno Dias, que incluía a Caixa Geral de Depósitos. A parceria foi assinada em 2000. Zeinal Bava defende que essa parceria é pública. Contudo, o que é público é o facto relevante que deu conta dessa parceria e não a parceria em si.

 

16h21 Bruno Dias pergunta ao antigo presidente da Oi e da PT como começou a relação de proximidade entre a operadora nacional e o Banco Espírito Santo. "O BES já era um accionista

Não conheço o enquadramento da parceria estratégia entre PT e BES.
 
Zeinal Bava

bastante relevante da Marconi. Quem era accionista da Marconi, passou a ser accionista da PT. Penso que o BES já era accionista de referência da Marconi", explicou.

 

16h20 Antes de entrar na PT, Zeinal Bava trabalhava na banca de investimento. Nesse âmbito, participou na privatização da operadora nacional nos anos 90, disse. 

 

16h15 "Quem é que o convidou para a PT?", questionou Bruno Dias. "Murteira Nabo e Eduardo Martins". Zeinal Bava entrou para a operadora inicialmente na PT Multimédia. 

 

16h13 Zeinal Bava entrou na PT em 1999. Teve responsabilidades financeiras na administração da operadora até 2006. "Apesar de termos delegações de competências, a comissão executiva funciona como órgão colegial. Independentemente de termos círculo de competências, olhamos para outras áreas. Em 2006, passei a ser vice-presidente, com foco operacional. Coincidiu com a OPA da Sonae. "Em 2008, fui nomeado presidente executivo da PT". Depois, acabou por ir para a Oi, empreendendo a fusão - falhada - entre as duas operadoras.

 

16h09 Sem intervenção inicial, começam logo as perguntas dos grupos parlamentares. É o deputado comunista Bruno Dias que arranca o processo. Pede-se para que Zeinal trace o percurso na PT.  

 

16h08 Fernando Negrão, presidente da comissão de inquérito, apresentou Zeinal Bava como "ex-presidente da Oi". Bava não fará intervenção inicial, ao contrário do que tem feito a maioria das personalidades ouvidas no inquérito parlamentar ao BES e ao GES.  

 

16h07 Zeinal Bava entra na sala 6, onde se têm realizado sempre as audições da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES. Não vem acompanhado por nenhum advogado nem assessor. 

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