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Macedo pode rever plano de imparidades da Caixa

António Domingues diz que banco público estava em risco de "bail in" quando chegou à Caixa e que esse cenário foi posto em cima da mesa durante as negociações pela DGComp.

Duarte Roriz/Correio da Manhã
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O antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, deixou esta quarta-feira, 4 de Janeiro, a porta aberta a que o seu sucessor possa rever o plano de negócios que deixou fechado no banco público, designadamente no que respeita ao apuramento das imparidades.

Domingues está no Parlamento a falar pela primeira vez sobre os motivos que o levaram a deixar a presidência do banco e a dar alguns detalhes sobre o plano de recapitalização e de negócios.

"A Caixa foi avaliada de A até Z", disse, acrescentando que "perto de 80%" da estimativa de imparidades resulta de análises individuais de risco. Domingues não adiantou qual o montante de imparidades apurado, enquanto respondia a questões da deputada bloquista Mariana Mortágua, que quis saber se confirmava o valor noticiado de 3.000 milhões de euros de imparidades. "A estimativa conduz a que a necessidade de aumento de capital de 2.700 milhões de euros se justifique", assegurou. 

Domingues explicou que a análise das imparidades não "apenas de crédito", mas também do "valor dos imóveis recebidos em garantia [que] estava abaixo". Os créditos acima de 3 milhões de euros foram analisados de forma individual, com excepções, precisou.


O antigo líder da Caixa avançou que o exercício de avaliação de imparidades está "totalmente documentado" e a nova equipa "terá oportunidade de o rever". A futura administração terá "oportunidade de emitir o juízo que sobre eles entender", afirmou, deixando assim margem para que a avaliação das imparidades feita por Macedo possa ser diferente da que foi feita antes. 

No entanto, deixou um alerta: A Caixa "não tem uma segunda oportunidade para levantar capital fora das ajudas de Estado". 

Antes, António Domingues tinha dito que quando começou a analisar as contas da Caixa percebeu que existia risco de resolução do banco público, em resultado do plano anterior existente, e que este cenário esteve aliás presente nas negociações com as autoridades europeias.

"Esse risco existia [bail in]. A primeira alternativa era ajudas de Estado com perdas", afirmou, acrescentando que "esse cenário foi posto em cima da mesa constantemente pela DGComp durante as negociações". 




   

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