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Macedo: "Caixa não passa a ser rentável depois da recapitalização"

O novo presidente da CGD promete maior retorno sobre o capital investido e avisou os empresários que o banco público, que já está a reduzir a exposição à construção e imobiliário, não vai "despejar crédito sobre a economia".

Paulo Duarte/Negócios
02 de Março de 2017 às 18:39
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Paulo Macedo referiu esta quinta-feira, 2 de Março, que o programa de recapitalização "é uma condição necessária para uma Caixa sólida e de futuro", mas alertou que, embora fique "melhor preparado" através dessa operação, "no dia a seguir (...) não passa por isso a ser um banco rentável".

 

"Enquanto fazemos este trabalho de recapitalização, temos de tornar a CGD rentável. E isso faz-se com as famílias e com as empresas", advertiu o presidente executivo durante um encontro realizado esta tarde no Porto, naquele que foi o primeiro acto público da nova administração, que está a completar um mês em funções.

 

Depois de ouvir Marcelo Rebelo de Sousa dizer que quer todos os partidos "empenhados no sucesso da Caixa", Macedo sustentou que o banco do Estado "tem neste momento uma necessidade e uma oportunidade, face a um novo enquadramento regulamentar e a um novo conjunto de exigências, de alterar a sua estrutura", com reflexo imediato na mudança dos seus modelos de risco e na sua forma de estar no mercado.

 

"Passa a ter exigências para com o seu accionista em termos de rentabilidade. (…) É preciso que a CGD tenha um determinado retorno sobre o capital que é investido e que opere em condições de concorrência. Por outro lado, neste plano é necessário defender um conjunto de activos que dá retorno ao accionista e fazer um maior controlo de risco que não voltem a originar os conjuntos de imparidades que sabemos que existem na Caixa e noutras instituições de crédito. É preciso fazer algo diferente", resumiu.

 

Além disso, visou "maior transparência" por parte do banco, nomeadamente junto dos portugueses que "querem saber, de facto, o que vai ser afecto esta injecção de fundos". E prometeu "rigor de gestão e um apoio dinâmico â economia nacional". Avisou que "não será despejar crédito sobre a economia, mas será dar melhor crédito e de forma mais diversificada em termos de sectores e de ciclos de vida, apoiando claramente sectores empresariais com maior potencial de criação de riqueza e de postos de trabalho".

 

CGD já está a "reorientar crédito" para indústria e comércio

 

O ex-ministro da Saúde sublinhou que o banco terá de "ajustar a sua estrutura operacional" para responder melhor e mais rápido aos clientes, embora tenha dito que a Caixa continuará a ter a maior rede de agências do país. Entre as promessas deixadas ao nível da modernização está uma "maior especialização em termos comerciais, políticas de preços mais ajustadas ao risco e uma redução do tempo para tratamento" das solicitações dos clientes.

 

Optimizar os tempos e simplificar a resposta às empresas foi outro aspecto focado por Paulo Macedo, que falava perante uma plateia constituída por empresários e gestores do Norte do país que, na abertura, ouviram o chairman, Rui Vilar, prometer "retribuir ao accionista Estado o esforço financeiro" na CGD. E assegurou que o banco que dirige já está a reorientar o crédito mais para a indústria transformadora e para o comércio, em detrimento do sector da construção e das actividades imobiliárias.

 

Ao mesmo tempo que passará a ter "os rácios mais fortes que a Caixa já apresentou ao mercado e maiores do que os concorrentes", Macedo ambiciona manter a liderança de mercado em Portugal e "crescer claramente nos negócios das empresas". Em particular, sublinhou, quer ganhar quota no universo das micro e das pequenas e médias empresas, a quem garantiu que haverá uma simplificação dos processo e "um foco maior em produtos como ‘trade finance’ e o crédito especializado".

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