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Marcelo quer todos os partidos "empenhados no sucesso da Caixa"

O Presidente da República deixou claros avisos à esquerda e à direita, insistindo na relevância da estabilidade política para o crescimento económico e para a estabilidade do sistema financeiro. 

Paulo Duarte/Negócios
02 de Março de 2017 às 17:12
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Marcelo Rebelo de Sousa destacou esta quinta-feira, 2 de Março, a "qualidade do plano aprovado" para a Caixa Geral de Depósitos, assim como a "capacidade [da nova administração] para imediatamente o pôr em execução", mas avisou que também o "Estado accionista, que somos todos nós, tem de estar empenhado no sucesso da CGD". 

 

"Não é uma questão de palavras, mas de factos. Não pode ser o partido A, B ou C. Estamos a falar de objectivos nacionais, que implicam coerência com as nossas opções de fundo", referiu o chefe de Estado, dando o exemplo dos compromissos europeus que "têm de ser cumpridos porque correspondem ao que é melhor para os portugueses".

 

Durante uma intervenção no encontro Fora da Caixa, organizado pelo banco público na Fundação de Serralves, no Porto, Marcelo insistiu que "controlar o défice é o único caminho sustentado para o crescimento e para reduzir a dívida pública, para poder suscitar a credibilidade e confiança crescente dos europeus e dos investidores internacionais". E também a via única para "forçar as reformas estruturais" na administração pública, seja a nível central, regional ou local. 

 

Para prosseguir este percurso de equilíbrio financeiro, o Presidente da República pediu "estabilidade política", argumentando que "em democracia faz parte do pluralismo a livre discussão de propostas, mas tem de haver consensos políticos". E aproveitou também para reclamar a "estabilização progressiva da fiscalidade" e atacar os pedidos de revisão da legislação laboral que têm sido feitos pelos sindicatos e pelos partidos de esquerda. 

 

Prosseguindo os avisos partidários, neste caso à esquerda do PS, o Presidente valorizou a previsibilidade política e assinalou que "mesmo quem tinha reticências sistémicas em relação a compromissos internacionais ou em relação à trajectória do défice (...) teve de admitir realisticamente que não há alternativa ao cumprimento desses compromissos". É que "pode haver sensibilidades diferentes, mas há uma linha continua inevitável e que é inapelável, embora aqui e ali com diversidades".

 

E virando-se depois para o espectro parlamentar à direita, alertou que "o Presidente cultiva a alternativa e quer que as lideranças sejam fortes e duradouras, quer de um lado quer do outro", mas nos temas principais da economia deve haver "mais factores de convergência do que de divergência". "Não nos podemos dar ao luxo de diversidades e de choques traumáticos. Não nos daremos a esse luxo", concluiu. 

 

Belém questiona consumo e atritos com Angola

 

Falando para uma plateia de empresários e gestores da região Norte, o chefe de Estado frisou que "a chave do crescimento chama-se investimento privado e ele exige uma predisposição nacional favorável a esse crescimento". "Precisamos de crescer acima de 2%. Não é para minimizar o resultado alcançado no ano passado, mas para o objectivo pretendido é preciso crescer mais e crescer melhor, o que significa com acento tónico nas exportações e no investimento, e não no consumo interno", completou Marcelo. 

 

Ainda durante a intervenção no Porto, o Presidente da República, numa aparente referência à agitação no relacionamento com as autoridades angolanas, sustentou que "há de quando em vez incidentes próprios do funcionamento de cada uma sociedades, dos Estados e das economias, mas aquilo que nos une deve ser mais importante do que o que nos divide", sendo "importante olhar para o médio prazo". 

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