O Partido Social Democrata diz que a Caixa Geral de Depósitos está, neste momento, a encerrar "várias dezenas de balcões". Por isso, pretende saber quais os objectivos da administração de Paulo Macedo à frente do banco público.

"Número de balcões da CGD, bem como a sua identificação, encerrados no ano de 2016, no âmbito da gestão do banco"; "número de balcões da CGD, bem como a sua identificação, encerrados e previstos encerrar em 2017, no mesmo âmbito". Estes são os requerimentos apresentados esta quinta-feira, 2 de Março, pelo grupo parlamentar social-democrata no inquérito parlamentar à instituição financeira.

Segundo o coordenador do partido na iniciativa parlamentar, Hugo Soares, este "é um assunto da maior importância para que a comissão parlamentar de inquérito não se debruce sobre isto".

O encerramento de balcões faz parte do plano de reestruturação acordado pelo ex-presidente da Caixa, António Domingues, com o Governo e com a Comissão Europeia, incluido na capitalização de 5.160 milhões de euros que ficou fechada no Verão. Aí, prevê-se o fecho de cerca de 200 agências e as pré-reformas de um total de 2.200 trabalhadores.

Ainda em Março foi noticiado que a agência da Golegã seria encerrada, com os clientes a transitarem para a Chamusca, da mesma forma que Constância receberia a carteira de Santa Margarida, como foi, então, avançado pela agência Lusa.

Os dados solicitados pelo PSD dizem respeito aos números ainda não divulgados relativos a 2016 e às estimativas para 2017. Em Setembro de 2016, os últimos dados oficiais, o banco público contava com 720 agências, menos nove do que em Junho desse ano e comparáveis aos 764 em Setembro de 2015.

Revelados estão já, nos relatórios anuais, os números sobre o período em que o PSD esteve, em coligação com o CDS, no Governo e, aí, também houve encerramento de agências sendo que essa era, também, uma exigência do plano de reestruturação devido à ajuda estatal de 1,65 mil milhões de euros recebida em 2012. No final de 2011, a Caixa contava com 822 agências.

O requerimento do PSD foi apresentado na quinta-feira após a reunião em que Hugo Soares se tinha congratulado pelo facto de a esquerda ter permitido a consulta, a todos os deputados da iniciativa, da correspondência enviada por António Domingues a Mário Centeno. Isto antes de o PS ter esclarecido, já fora desse encontro e aos jornalistas, que a consulta seria possível mas que o uso da documentação estava vetado porque a esquerda considera que ela está fora do âmbito do objecto da comissão.