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Lesados do GES ao BCE. “Este problema pode levar a uma crise bancária significativa”

“Fomos enganados duas vezes por causa de ordens directas do Banco de Portugal”. Esta é uma das mensagens dos lesados do papel comercial do GES ao presidente do BCE. Na carta a Mario Draghi, os clientes deixam um aviso: “Este problema tem potencial para conduzir a uma crise bancária significativa”.

Miguel Baltazar
21 de Maio de 2015 às 11:39
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A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial escreveram uma carta ao presidente do Banco Central Europeu (BCE) chamando a atenção para os riscos de os supervisores não resolverem o problema dos clientes do Novo Banco com aplicações em dívida das empresas do Grupo Espírito Santo (GES). A missiva dirigida a Mario Draghi surge em resposta ao email enviado pelo BCE ao Banco de Portugal, em que o supervisor europeu proíbe o Novo Banco de reembolsar aqueles investimentos.

 

"Se não for resolvido no médio prazo, este problema tem potencial para conduzir a uma crise bancária significativa", alerta Ricardo Ângelo, presidente da associação, na carta ao responsável máximo do BCE. Este risco resulta, segundo o líder da AIEPC, do facto de "os bancos e o sistema bancário estarem a ser questionados por largos sectores da população", na sequência dos protestos que têm sido levados a cabo pelos lesados do papel comercial do GES.

 

A carta descreve a evolução do problema do papel comercial e das mudanças de posição do supervisor e do Novo Banco face ao reembolso dos clientes de retalho, antes e depois da medida de resolução aplicada ao BES. "Fomos enganados duas vezes por causa de ordens do Banco de Portugal. Esta é a única razão pela qual perdemos a posição de liderança na hierarquia de credores do Novo Banco", sublinha Ricardo Ângelo.

 

O presidente da AIECP recorda que em vários documentos o BES e o Novo Banco assumiram o  compromisso de reembolsar os clientes de retalho pelos investimentos em papel comercial do GES. Acusa o Banco de Portugal de saber dos problemas financeiros e da manipulação de contas da Espírito Santo International em Novembro de 2013, mas de só ter proibido a venda daqueles títulos em Fevereiro.

 

"Não há nenhuma solução em vista", lamenta Ricardo Ângelo, acusando o Banco de Portugal de recusar as diversas alternativas apresentadas pelo Novo Banco.

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