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Há três meses seguidos que os bancos portugueses têm menos dinheiro exposto ao BCE

A dependência da banca nacional ao Banco Central Europeu tem vindo a cair e encontra-se em mínimos de Abril de 2010, antes da crise da dívida da Zona Euro. O financiamento de Frankfurt desceu 2,5% para 27,6 mil milhões.

10 de Março de 2015 às 13:03
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Os bancos portugueses estão a reduzir a sua dependência ao Banco Central Europeu. Em Fevereiro de 2015, o financiamento cedido por Frankfurt à banca nacional representava menos 2,6% do que no mês anterior.

 

A exposição total do sector bancário era de 27,6 mil milhões de euros, o terceiro recuo consecutivo, de acordo com os dados do Banco de Portugal actualizados esta terça-feira, 10 de Março. Desde Abril de 2010 que esta dependência não era tão reduzida.

 

Em Fevereiro de 2014, o financiamento junto do BCE representava 46,7 mil milhões de euros, o que aponta para uma diminuição superior a 41% em um ano.


Este recurso ao BCE é uma forma encontrada pela banca para se financiar (para além dos depósitos, do recurso directo aos mercados e do mercado interbancário, ou seja, através de operações com outros bancos). O mercado interbancário esteve bastante restrito nos últimos anos e, no caso de Portugal, também o acesso ao mercado de financiamento directo estava limitado com os investidores a exigirem custos elevados para emprestarem dinheiro. Assim, o banco central acabou por ser a solução.

 

Neste momento, a restrição do acesso aos mercados financeiros não existe, dado que os Estados se têm conseguido financiar a custos mínimos devido à política monetária do próprio BCE. Assim, o banco central tem perdido força enquanto centro de liquidez – essa era, aliás, uma das exigências do acordo assinado com a troika no âmbito do programa de ajustamento económico.

 

O valor da exposição à entidade presidida por Mario Draghi está em mínimos de Abril de 2010, altura em que o financiamento pelo BCE começou a disparar, na sequência do pedido de ajuda internacional por parte da Grécia. No início de 2010, o BCE cedia um financiamento na ordem dos 15 mil milhões de euros à banca nacional. No final de 2010, o valor já superava os 40 mil milhões. O mercado interbancário estava completamente estrangulado e era o grande responsável por essa realidade.

 

A meio de 2012, o pico foi atingido: a banca tinha, em carteira, uma exposição superior a 60.000 milhões de euros junto do BCE. Entre subidas e descidas, o financiamento tem vindo a deslizar desde aí, algo que se tem intensificado no último ano - à medida que se aproximou o fim do programa de assistência económica e financeira e que o BCE foi anunciado medidas que facilitaram o acesso de países e banca aos mercados financeiros. Desde Setembro de 2013, que o corte do financiamento cedido por Frankfurt ganhou expressão. O que voltou a acontecer em Fevereiro de 2015.

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