Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Grupo de investidores da Oak intenta acção contra Novo Banco nos tribunais ingleses

O fundo de pensões neozelandês é um dos fundos que instaurou um processo contra o Novo Banco em Inglaterra pelo investimento em dívida do BES através da Oak Finance. O banco não pagou e, por isso, a acção avançou.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Fevereiro de 2015 às 20:59
  • 8
  • ...

Um grupo de investidores institucionais decidiu instaurar um processo contra o Novo Banco nos tribunais ingleses, devido ao facto de a dívida que contraíram do BES através do veículo Oak Finance ter sido transferida pelo Banco de Portugal para o banco "mau". Como o Novo Banco não pagou uma prestação do reembolso, colocaram a acção. 

 

"Hoje, um grupo de investidores da Oak Finance, formado por investidores institucionais que investem globalmente, directa ou indirectamente, por conta de pensionistas, contribuintes e outros beneficiários, instaurou uma acção executiva contra o Novo Banco, nos tribunais ingleses", indica um comunicado enviado através da sociedade de advogados PLMJ.

 

A acção que visa o banco português foi interposta fora de Portugal porque o empréstimo da Oak "está sujeito à lei inglesa e à jurisdição dos tribunais ingleses", explicou o escritório de advocacia. 

 

A calendarização deste processo intentado em Inglaterra deve-se ao facto de o Novo Banco não ter pago "uma prestação de reembolso do empréstimo". "Os investidores declararam o vencimento antecipado do mesmo. Uma vez que o Novo Banco, tendo sido interpelado para o efeito, não reembolsou o empréstimo, instauraram esta acção executiva contra o Novo Banco", justificou a sociedade que assessora estes investidores ao Negócios. 

 

Este conjunto de investidores defende, no documento emitido esta quinta-feira 26 de Fevereiro, que o Banco de Portugal decidiu-se a transferir a dívida do BES nas suas mãos para o "BES mau", a entidade que ficou com os activos e passivos problemáticos. "Os investidores da Oak Finance não aceitam que o Banco de Portugal tivesse qualquer fundamentação jurídica para justificar a decisão de Dezembro de 2014".

 

O conjunto de investidores diz que o Banco de Portugal recebeu "factos que imporiam uma revogação" desta decisão. Mas o regulador liderado por Carlos Costa já veio dizer que a dívida sénior do BES, a que os investidores ficaram expostos através da Oak (que, assim, financiou o banco), vai permanecer no banco "mau". 

 

A dívida sénior do banco passou toda para o Novo Banco, embora a dívida subordinada e as acções tenham transitado para o BES, que ficou com os activos problemáticos. O Banco de Portugal tomou essa decisão porque acredita que o Goldman Sachs, que montou o veículo, teve uma posição de relevo na operação, que financiou o banco numa altura de dúvidas face à sua delicada situaçao financeira. E o banco norte-americano chegou a ter mais de 2% do BES. Uma ideia contestada pelo Goldman e pelos investidores: a posição só era superior a 2% porque estava a assumir uma participação de entidades que não queriam dar a cara directamente. 

 

 

(Notícia actualizada às 21h55 com respostas do representante do grupo ao Negócios)

Ver comentários
Saber mais Novo Banco BES Oak Finance Banco de Portugal Carlos Costa Goldman Sachs banca
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio