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Governo italiano pressiona fundos de pensões para apoiarem resgate à banca

A Reuters avança que o Executivo de Matteo Renzi pediu a membros da associação italiana de fundos de pensões do sector público para investirem no fundo Atlante, criado para recapitalizar a banca.

25 de Julho de 2016 às 16:37
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De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira, 25 de Julho, pela agência Reuters, o Governo italiano está a pressionar fundos de pensões transalpinos para integrarem o plano de resgate ao sistema financeiro do país.

 

Em declarações à Reuters, Alberto Oliveti, presidente da associação italiana de fundos de pensões específicos do sector público (ADEPP, na sigla italiana), revelou que o Executivo chefiado por Matteo Renzi solicitou a membros desta associação que invistam no fundo Atlante - veículo criado precisamente com a finalidade de recapitalizar a banca transalpina mediante a aquisição do crédito malparado.

 

"O Governo fez um pedido", admitiu Alberto Oliveti que acrescentou ainda que uma decisão sobre este assunto caberá, de forma independente, a cada um dos fundos que integram a ADEPP. Oliveti rejeitou comentar a possibilidade de os fundos de pensões contribuírem com 500 milhões de euros na capitalização da banca italiana.

 

Isto numa altura em que o fundo Atlante está a trabalhar na venda de 10 mil milhões de euros de crédito malparado do Monte dei Paschi di Siena, o terceiro maior banco em activos do sistema transalpino. E em que se aguarda pela divulgação, na próxima sexta-feira, dos testes de stress feitos pelo Banco Central Europeu (BCE), que deverão confirmar a debilidade, não apenas do Monte dei Paschi, mas do sistema financeiro transalpino como um todo.

O Governo de Itália continua à procura de uma solução que permita recapitalizar o sistema financeiro do país sem colidir com as regras europeias acordadas no âmbito da união bancária e que, no essencial, estipulam que os investidores (incluindo detentores de dívida subordinada) devem arcar, em primeira instância, com as perdas e só depois poderão ser penalizados os contribuintes.  


Fontes não identificadas, também citadas pela Reuters, revelaram que a agência Cassa Depositi e Prestiti (CDP), detida em 80% pelo Estado transalpino, estará na disposição de avançar com 500 milhões de euros para o sistema, assim como uma outra entidade controlada pelo Tesouro italiano. Porém, para não desrespeitar as regras europeias o auxílio prestado por estas instituições terá sempre de ser limitado.

 

O plano apresentado pelo Monde dei Paschi ao BCE – que poderá ter uma resposta esta sexta-feira, segundo a Reuters – presume que o fundo Atlante compre o crédito malparado da instituição a um valor acima do preço de mercado. Hipótese que, ainda assim, permaneceria abaixo do valor líquido de mercado do portfólio detido pelo banco mais antigo do mundo ainda em funcionamento.

 

No final da semana deverão, portanto, ser conhecidos novos desenvolvimentos no diferendo entre Roma e Bruxelas. Renzi pretende recorrer a fundos públicos para capitalizar a banca do país, cenário que contraria as regras previstas pela união bancária.

 

A imprensa italiana tem referido a intenção governamental de injectar em torno de 40 mil milhões de euros nos bancos com maiores necessidades de capitalização. E Matteo Renzi já sustentou a viabilidade do plano do seu Executivo aludindo ao exemplo em que o próprio governo germânico injectou "247 mil milhões de euros nos bancos alemães". Entretanto, para tentar superar o impasse negocial com Bruxelas, Matteo Renzi estará também à procura de uma solução que se concentre essencialmente no sector privado.

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