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FMI: Fintech, cibersegurança e regras para resoluções além fronteiras são prioridades

O relatório de estabilidade financeira do FMI menciona os progressos de regulação e supervisão no pós-Lehman. Mas refere as inúmeras lacunas por preencher. Nomeadamente no que diz respeito à intervenção em bancos em dificuldades.

Bloomberg
03 de Outubro de 2018 às 15:15
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É necessário apostar na vigilância de sectores como as fintech, mas também investir na cibersegurança. A criação de regras iguais para resoluções bancárias transfronteiriças é outro dos caminhos. Falhas que é preciso colmatar 10 anos após a queda do Lehman Brothers, segundo o relatório de estabilidade financeira global do Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

Para começar, o relatório – intitulado "Uma década após a crise financeira global: estamos mais seguros?" – vai no sentido do que têm defendido especialistas do sector: há uma evolução positiva em termos de supervisão. "Foram feitos muitos progressos na reforma das regras em torno do mundo financeiro". Mas, como em todos os casos, "há aspectos incompletos na agenda regulatória global que devem ser totalmente implementados".

 

O FMI alerta também para a necessidade de olhar para a liquidez bancária (e não só o foco no capital, como ocorreu nos primeiros anos da crise financeira).

 

A supervisão de instituições sistémicas "continua a ser importante". Sobretudo porque uma das lacunas detectadas é a da ausência de um quadro estabilizado de intervenções em instituições financeiras quando estão em diferentes geografias. Aliás, Washington sublinha que "deve ser ainda mais desenvolvida a cooperação transfronteiriça na partilha de dados e na supervisão de risco sistémico". E, lembra o documento, foi a ausência destes mecanismos de resolução e de identificação de grandes entidades que acabaram por conduzir à falência do americano Lehman Brothers.

 

Em relação à resolução bancária, conta o FMI, os programas de avaliação do sector financeiro a nível nacional concluíram que, pese embora tenha havido progressos, é preciso mais. No caso da Zona Euro, há a indicação de que ainda há incentivos para que os países usem os seus meios – em vez do enquadramento europeu – para lidar com as dificuldades nos bancos: "Isso tem resultado em tratamentos diferentes dos credores bancários conforme o sítio onde a intervenção tem lugar". Uma ajuda para essa harmonização é o estabelecimento do esquema de garantia de depósito, que continua por ocorrer. O que politicamente tem sido impossível. 

 

"A vigilância em novas áreas, como as fintech e a cibersegurança, devem ser prioritárias", considera também o relatório.

 

"O desenvolvimento das fintech tem sido rápido. Apesar dos potenciais benefícios, está ainda por desenvolver o nosso conhecimento dos seus potenciais riscos e de como se disseminam", sublinha o relatório de estabilidade. Da mesma forma, os riscos relacionados com a cibersegurança estão a crescer e é necessário actuar. O FMI sublinha que os supervisores necessitam de lidar com os bancos para identificar e responder a estes aspectos: "Infelizmente", classifica a instituição, os supervisores ainda não têm unidades dedicadas ao tema.


"Estes desenvolvimentos devem servir como um lembrete de que o sistema financeiro está permanentemente em evolução e de que os reguladores e supervisores precisam de continuar vigilantes a essa evolução e prontos a actuar se for necessário", conclui a entidade presidida por Christine Lagarde.

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