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Especialistas defendem acesso a fundos europeus para a cibersegurança

“Os bancos e as sociedades de garantia mútua vão começar a ter de incorporar os riscos da cibersegurança no negócio e considerar as implicações desse risco na análise da empresa”, alerta a CEO da Norgarante.

Teresa Duarte, CEO da Norgarante, considera que as empresas portuguesas devem “investir em meios e equipamentos e implementar estratégias de cibersegurança".
11 de Outubro de 2018 às 18:39
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"É de ir às lagrimas, um desespero total." Numa manhã de segunda-feira, quando chegou à empresa, João Ricardo Rodrigues descobriu que toda a informação crítica à operação da Multisac - Embalagens Flexíveis, de Vouzela, estava encriptada.

 

A equipa de gestão demorou algumas horas para perceber "a gravidade da situação". Valeu-lhes terem "backups". Mesmo assim, levaram uma semana para recuperar toda a informação. Mais tarde, após terem sofrido um segundo ataque, a empresa de Vouzela decidiu investir em cibersegurança.

 

A Multisac adquiriu então "soluções e programas de protecção" e contratou uma empresa especializada, que a ajudou a implementar um "plano de defesa" de ataques informáticos à margem da lei, com medidas de prevenção, protecção, salvaguarda e reacção, conta a sociedade de garantia mútua Norgarante, em comunicado.

 

João Ricardo Rodrigues foi um dos oradores que participaram, esta quinta-feira, 11 de Outubro, numa conferência sobre cibergurança, promovida pela Norgarante, que decorreu no terminal de cruzeiros do porto de Leixões, em Matosinhos.

 

"Temos tudo ligado à internet" e "está a gerar-se aqui a tempestade perfeita", alertou Luís Filipe Antunes, presidente do Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que considerou necessário que as empresas tenham acesso a fundos públicos para a cibersegurança, "à semelhança dos ‘vale inovação’, atribuídos no âmbito do programa Indústria 4.0", sinalizou.

 

Já a presidente executiva da Norgarante afirmou que as empresas portuguesas devem "investir em meios e equipamentos e implementar estratégias de cibersegurança adequadas a cada negócio", adiantando que esta problemática vai passar a ser considerada na análise de risco das empresas.

 

"Os bancos e as sociedades de garantia mútua vão começar a ter de incorporar os riscos da cibersegurança no negócio e considerar as implicações desse risco na análise da empresa", afiançou Teresa Duarte, lembrando que a Norgarante e a banca "têm soluções para apoiar o investimento em cibersegurança e em serviços ligados a esta área", nomeadamente no âmbito da linha de crédito Capitalizar.

 

Também presente nesta conferência sobre "Cibersegurança: reduzir o risco, combater as ameaças", Beatriz Freitas, presidente da SPGM - Sociedade de Investimento, "holding" do sistema nacional de garantia mútua, recordou que o Fórum Económico Mundial estima que as perdas anuais resultantes de ciberataques atinjam os 500 mil milhões de euros à escala global.

 

O orador principal da conferência - Gonçalo Sousa, consultor do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Centro Nacional de Cibersegurança, revelou que o Porto vai acolher, em Junho do próximo ano, a edição de 2019 do C-Days - Conferência Internacional de Cibersegurança, que será dedicada às PME.

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