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Ex-diretor de risco da CGD: Era "impossível" não participar num projeto como a Artlant
Vasco Orey, ex-diretor de risco da Caixa Geral de Depósitos, diz que era "impossível" o banco público não participar num projeto que era considerado Projeto de Interesse Nacional (PIN).
Vasco Orey, ex-diretor de risco da Caixa Geral de Depósitos (CGD), considera que era "impossível" para o banco estatal não participar num Projeto de Interesse Nacional (PIN), como foi o caso da Artlant.
"É impossível a Caixa não entrar num projeto desses", afirmou Vasco Orey aos deputados durante a audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da CGD.
"Difícil não é, eu diria que é impossível" a Caixa não participar num projeto considerado de interesse nacional como foi o caso da Artlant. "Dado que o projeto é PIN, se forem oferecidas garantias suficientes, é impossível a CGD não participar", reforçou.
A operação de financiamento à Artlant por parte do banco estatal é um dos empréstimos referidos na auditoria da EY a 16 anos de gestão ao banco estatal. E que acabou por ser um dos mais ruinosos para o banco liderado por Paulo Macedo.
A Artlant foi um projeto em que a CGD, então liderada por Carlos Santos Ferreira, teve uma palavra decisiva. O banco público entrou para o capital da catalã La Seda de Barcelona, tendo depois trazido o projeto para Portugal, em que o poder político esteve, também, envolvido.
Foi o Governo de José Sócrates que, em 2007, atribuiu o estatuto de PIN à fábrica de Sines - razão pela qual o Estado, através do AICEP, também reclamou 33 milhões de euros no PER, depois retirado. A construção iniciou-se um ano depois, também com a primeira pedra a ser lançada numa cerimónia apadrinhada pelo então primeiro-ministro. Desde aí, foram inúmeros os problemas, tanto com atrasos na construção, como os problemas na La Seda, que acabou por ir para insolvência – o que tirou à Artlant o seu grande cliente.