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EUA já arrecadaram mais de 58 mil milhões de dólares com multas aos bancos

O Departamento de Justiça dos EUA fechou mais dois acordos relacionados com créditos imobiliários de baixa qualidade ('subprime'). São mais 12 mil milhões de dólares em coimas a juntar à factura de 46 mil milhões que já passou desde 2013.

reuters
23 de Dezembro de 2016 às 10:56
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A menos de um mês da tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Departamento norte-americano de Justiça chegou a acordo com mais dois bancos para encerrar processos ligados aos créditos imobiliários de baixa qualidade ('subprime'), que provocaram a crise financeira de 2008.

Depois de vários meses de negociações, o Deutsche Bank acordou pagar 7,2 mil milhões de dólares e o Credit Suisse 5,3 mil milhões, montantes que incluem não só multas civis como também compensações aos consumidores.

O valor destes dois acordos eleva, assim, para 58 mil milhões de dólares a factura total que o Departamento de Justiça já passou a bancos europeus e norte-americanos nos últimos três anos por processos relacionados com estes instrumentos financeiros.

Em 2013, o JPMorgan acordou pagar 13 mil milhões de dólares. No ano seguinte, as autoridades fixaram uma penalização de 16,65 mil milhões de dólares para o Bank of America e de 7 mil milhões para o Citigroup.

Já em Fevereiro deste ano, o Morgan Stanley acordou pagar 2,6 mil milhões de dólares e, em Abril, o Goldman Sachs fechou um entendimento por 5,1 mil milhões. A factura do Wells Frago foi a mais pequena até ao momento, de 1,2 mil milhões de dólares.

Além destes, a justiça dos Estados Unidos ainda está a negociar com o UBS e o Royal Bank of Scotland, que foi um dos maiores emitentes destes créditos de má qualidade, arriscando-se, por isso, a uma coima que pode chegar a 13 mil milhões de dólares, segundo o Financial Times.

Com o britânico Barclays o Departamento de Justiça não conseguiu chegar a um acordo, por desentendimentos em relação ao montante da penalização a aplicar.

Segundo fontes próximas do banco, citadas pelo Financial Times, a instituição só estava disposta a fechar um acordo que fosse proporcional aos estabelecidos pelos bancos rivais, o que, a seu ver, não excederia os mil milhões de dólares. Incluindo as compensações aos clientes, o Barclays estaria disposto a ir até aos 2 mil milhões de dólares. Porém, o Departamento de Justiça insistiu numa coima de 5 mil milhões de dólares, mais do dobro do considerado pelo banco, levando a uma ruptura nas negociações.

O processo do Barclays alega que o banco "titularizou milhares de milhões de dólares de empréstimos que sabia que tinham defeitos materiais" e financiou bancos que sabia estarem a emitir hipotecas para clientes que seriam incapazes de reembolsá-los".

Factura do Deutsche Bank cresce para 12 mil milhões de dólares

Depois de, em Setembro, ter anunciado que o Departamento de Justiça pretendia aplicar uma coima de 14 mil milhões de dólares, o Deutsche Bank conseguiu fechar um acordo por metade do valor.

O maior banco da Europa vai pagar uma multa civil de 3,1 mil milhões de dólares (cerca de 2,96 mil milhões de euros) e 4,1 mil milhões de dólares (cerca de 3,92 mil milhões de euros) em compensações aos consumidores no âmbito de um acordo de princípio com as autoridades norte-americanas, num total de 7,2 mil milhões de dólares.

No comunicado emitido esta sexta-feira, o Deutsche Bank explica que as compensações aos consumidores serão, principalmente, "sob a forma de modificações nos empréstimos e outra assistência aos proprietários e mutuários, e outras iniciativas similares a serem determinadas e realizadas durante um período de pelo menos cinco anos".

Desde 2012, o Deutsche Bank já pagou mais de 12 mil milhões de euros para encerrar processos legais, incluindo um acordo com os gigantes norte-americanos Fannie Mae e Freddie Mac.

 

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