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Elisa Ferreira: Esforço para cortar 42 mil milhões em activos não rentáveis “tem de continuar”

A vice-governadora do Banco de Portugal coloca no Governo, no Banco de Portugal, BCE e ainda nos bancos a responsabilidade por operacionalizar a redução de crédito malparado.

Vai ser vice-governadora do Banco de Portugal. Antes de entrar no BdP, era eurodeputada do PS, cargo no qual trabalhou na união bancária. Já tinha sido ministra em dois governos do PS.
Miguel Baltazar
29 de Novembro de 2017 às 09:52
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A redução da carteira de activos não rentáveis, denominadas em inglês por NPE, é um trabalho pela frente da banca portuguesa e quem deixa esse aviso é a vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira. "O esforço tem de continuar".

 

"Não obstante a evolução positiva, o esforço ainda necessário para reduzir os activos não produtivos é considerável", afirmou a vice-governadora no Fórum Banca, iniciativa do Jornal Económico que se realiza esta quarta-feira, 29 de Novembro, em Lisboa.

 

O montante dos NPE ("non performing exposures"), em que o crédito malparado é o principal activo, ascendia a 42,3 mil milhões de euros em Junho deste ano, segundo adiantou Elisa Ferreira. "Um valor muito elevado" e que permanece acima dos níveis da União Europeia, classificou, ainda que ressalvando o decréscimo de 8,2 mil milhões face a um ano antes.

 

Na sua intervenção, Elisa Ferreira elencou três "pilares interdependentes e complementares" essenciais para o corte destes activos, que obrigam à constituição de imparidades para crédito (reconhecendo perdas à partida para eventuais perdas em créditos concedidos no passado).

 

O primeiro pilar é a "revisão do enquadramento legal, judicial e fiscal", que está a cargo do Governo. Neste campo, estão em causa os processos de recuperação de empresas, que os responsáveis de instituições financeiras defendem ser demasiado longos.

 

Para Elisa Ferreira, o segundo pilar passa pelas acções de supervisão microprudencial, "quer no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão quer a nível nacional", na sequência das quais são definidos os calendários incluídos nos planos de cada instituição financeira.

 

Por fim, a terceira fonte necessária para o corte dos activos não rentáveis é a "gestão dos portefólios dos crédito malparado", referindo-se à plataforma que está a ser constituída pela CGD, BCP e Novo Banco, para uma gestão de exposições comuns aos vários bancos.

 

Apesar destas considerações, a vice-governadora do Banco de Portugal deixou elogios aos últimos anos da banca, ressalvando inúmeros indicadores que têm verificado uma evolução positiva, como a redução do rácio de transformação (relação entre créditos e depósitos) e a melhoria dos rácios de capital.

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