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Plataforma do malparado só dará passos relevantes no próximo ano

O Montepio não vê benefícios na plataforma do malparado, porque não tem grandes exposições em comum com outros bancos. António Ramalho, do Novo Banco, sublinha que é necessário provar que o malparado é um problema herdado e que não faz parte do quotidiano da banca portuguesa.

29 de Novembro de 2017 às 13:18
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O presidente da Caixa Geral de Depósitos remete para o "próximo ano" mais novidades sobre a constituição da plataforma de gestão do crédito malparado, que criou em conjunto com o Banco Comercial Português e o Novo Banco.

Ainda assim, em declarações no Fórum Banca, que decorre esta quarta-feira, 29 de Novembro, em Lisboa, Paulo Macedo sublinhou que, além de a plataforma ainda ter de ser testada (razão pela qual apenas será transferida inicialmente uma pequena parcela dos créditos elegíeis), a maior parte do esforço da redução dos activos não rentáveis, entre os quais o crédito malparado, "continuará nos bancos".

António Ramalho inseriu a plataforma no âmbito de um combate contra o malparado, devido ao "problema reputacional" que está associado. Só que, relembrou o presidente do Novo Banco, há um trabalho adicional: a banca tem de provar que as exposições não rentáveis existentes vêm do passado, são uma herança, e não resultado da prática diária dos bancos.


Já o presidente do BCP mostrou-se confiante "na recuperação" do conjunto de empresas que tem créditos aos bancos portugueses. A plataforma foi constituída pelos três maiores bancos do sistema, mas Nuno Amado sublinhou que "está aberta a quem queira aderir, logicamente".

O Montepio reconhece o "mérito da iniciativa", que considera relevante, mas, para já, não vê benefício na sua integração da plataforma. José Félix Morgado explicou que grande parte das suas exposições são apenas créditos concedidos pela caixa económica e não em comum com outras instituições financeiras.

Um dos aspectos que a plataforma pretende implementar é uma discussão sobre mudanças legislativas relativamente a recuperação de empresas, um passo que, contudo, a vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, disse estar já na responsabilidade do Governo.

O presidente do Crédito Agrícola, Licínio Pina, comentou que, embora o grupo cooperativo esteja fora da plataforma, vê ali uma "virtude", mas sublinha que a banca não é a única área que precisa de reestruturação. Foi aí que falou na justiça, especificando com o caso das execuções, que demoram anos a trazer os bens executados para o balanço dos bancos: e, entretanto, o tempo desvalorizou-os.

Segundo Elisa Ferreira, havia em Junho um montante global de 42,3 mil milhões de euros em activos não rentáveis. "O esforço tem de continuar", alertou.

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