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Diretor do NB diz que Prebuild, de Gama Leão, "empolou" contas da Aleluia

Daniel Santos, diretor do departamento de recuperação de créditos a empresas do Novo Banco, afirma ter havido uma "gestão danosa" da Cerâmicas Aleluia por parte da Prebuild, de João Gama Leão.

Os dez projetos sobre teletrabalho e sobre direito a desligar baixaram à comissão sem votação, para serem discutidas nos próximos meses.
Luís Manuel Neves
25 de Maio de 2021 às 17:57
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Daniel Santos, diretor do departamento de recuperação de créditos a empresas do Novo Banco, afirma que a Cerâmicas Aleluia, o único ativo que a Prebuild (de João Gama Leão) detinha e que passou para o banco, tinha as contas "empoladas" em 19 milhões de euros, numa tentativa de esconder uma "gestão danosa" de uma empresa que estava "desnatada". 

O responsável foi ouvido pelos deputados esta terça-feira, 25 de maio, no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco. Isto num dia em que foram também ao Parlamento antigos e atuais diretores do departamento de compliance da instituição financeira. 

A fábrica já tinha problemas antes de passar para a Prebuild, em 2012, admitiu Daniel Santos, acrescentando que havia a perceção de que o grupo - cuja dívida ao Novo Banco chegou aos 300 milhões de euros - teria capacidade para "recolocar a empresa em melhores condições". Mas não foi isso que aconteceu. 

"As contas [da Cerâmicas Aleluia] estavam a ser empoladas para esconder a gestão danosa de três anos", afirmou Daniel Santos, notando que "era uma empresa que estava a ser desnatada", com vendas de exportações que não eram recebidas. 
Havia mesmo "denúncias de trabalhadores" a pedir "para atuarmos assim que pudéssemos no sentido de ir buscar a empresa, porque se não deixaria de existir dentro de pouco tempo", frisou. 

Na sua audição, João Gama Leão atacou o Novo Banco, garantindo que a Prebuild só não sobreviveu porque o banco não esteve disponível para ajudar aquele que é hoje um dos seus grandes devedores. 

"As tentativas que o Novo Banco fez de recuperar a minha dívida foram zero", afirmou no Parlamento, referindo ainda que "é mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir o dinheiro do que tratar um empresário em dificuldades".

Berardo pode ser impedido de assinar acordo sobre obras
Durante a audição, os deputados questionaram Daniel Santos sobre outros grandes devedores, nomeadamente Joe Berardo. 

O diretor de recuperação de crédito do Novo Banco disse que, face ao arresto das obras de arte de José Berardo, o empresário poderá não conseguir assinar um novo acordo de exposição com o Estado.

"Eu não sei se o arresto impossibilita a celebração de um novo acordo. O acordo vai terminar. Se o arresto impede de um novo acordo, não lhe vou garantir, neste momento não lhe sei responder totalmente à pergunta. Parece-me que sim, mas não tenho a certeza", disse, quando questionado pelo deputado do PSD Hugo Carneiro sobre se o arresto confirma que o empresário não poderá prolongar o acordo que tem com o Estado para a exposição das suas obras no Centro Cultural de Belém e que acaba este ano.

(Notícia atualizada com mais informação.)

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