Notícia
Dívida chegou aos 300 milhões "pelo NB, não pela minha mão", diz presidente da Prebuild
João Gama Leão, fundador da Prebuild, afirmou no Parlamento que, para o Novo Banco, "é mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir o dinheiro do que tratar um empresário em dificuldades".
João Gama Leão, presidente do conselho de administração da Prebuild, um dos grandes devedores do Novo Banco, diz ter tentado por várias vezes contactar o banco após a resolução do BES para resolver a situação do grupo. Mas a primeira reunião só aconteceu meses depois. "É mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir o dinheiro do que tratar um empresário em dificuldades", afirmou.
"A dívida é astronómica, mas chega aos 300 milhões de euros pelo Novo Banco. Não é pela minha mão", disse João Gama Leão aos deputados na comissão parlamentar de inquérito, esta quinta-feira, 6 de maio, quando questionado pela deputada do PS Joana Sá Pereira.
E esclareceu: "não disse que o Novo Banco é o culpado da dívida. A dívida é da minha responsabilidade. A queda do meu grupo, aí é que já desconfio da minha responsabilidade", disse o gestor.
"Em primeiro lugar, eu não trago dívidas de não seis quantos anos renovadas com fantasias. A minha dívida é muito recente", começou por explicar. "Em segundo, quando caiu o GES o meu 'default' era zero. Não trazia dívidas penduradas no Novo Banco e, em terceiro, quando se dá a resolução do BES, tentei de todas as maneiras contactar o Novo Banco. O banco caiu a 3 de agosto e a primeira reunião que consigo com algum responsável do banco foi em dezembro", relatou.
"O meu grupo precisava de uma reinvenção, de se reorganizar, de reorganizar a dívida também" e precisava de "encontrar novas soluções para o grupo", disse João Gama Leão. E foi aí que começou a negociação de um PER. "Se pudesse fazer uma analogia do meu grupo com a saúde, até agosto de 2014 o meu grupo estava de facto numa situação frágil porque tínhamos muitas frentes abertas. Não porque tínhamos créditos pendurados". Em agosto, "começámos a ficar com falta de ar e o que o Novo Banco fez foi: 'vai para casa que não precisas de medicação'".
"Aguentámos 6, 7 meses sem qualquer contacto com o nosso principal parceiro financeiro" e "quando chego ao contacto meses depois passámos da falta de oxigénio para a UCI [Unidade de Cuidados Intensivos]", disse o fundador da Prebuild.
"As tentativas que o Novo Banco fez de recuperar a minha dívida foi zero", disse, referindo ainda, durante a audição, que "é mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir o dinheiro do que tratar um empresário em dificuldades".
"Sou vítima do GES e do Novo Banco"
Segundo João Gama Leão, "não sou lesado, sou um grande devedor". Mas o gestor recusou ser comparado aos outros grandes devedores que têm sido ouvidos nesta iniciativa parlamentar.
"Aceito o rótulo de grande devedor. O que não aceito é que me comparem com a elite podre que tem vindo" à comissão. "Essa gente endividou-se para comprar ações, para fazer tudo, para manipular o mercado, para servir o dr. Ricardo Salgado. Eu endividei-me para recuperar empresas, para expandir negócio, para internacionalizar empresas portuguesas. Por isso, com certeza que tenho o rótulo de grande devedor, mas não gostava de ficar para a histórica com um rótulo igual a essas empresas que estiveram cá há dias", referiu.
"Sou vítima do GES e do Novo Banco", afirmou, recusando ser o culpado pela situação do banco liderado por António Ramalho. "Não fui que que peguei num problema de larápios, mudei o rei e agora mandam os problemas para os contribuintes."
Sobre a sua relação com a família Espírito Santo, João Gama Leão disse que apenas se sentou à mesa com a família quando foi para lhe "tirar dinheiro", detalhando que se encontrou com Ricardo Salgado "duas ou três vezes" e para sua "tristeza".
(Notícia atualizada com mais informação.)
"A dívida é astronómica, mas chega aos 300 milhões de euros pelo Novo Banco. Não é pela minha mão", disse João Gama Leão aos deputados na comissão parlamentar de inquérito, esta quinta-feira, 6 de maio, quando questionado pela deputada do PS Joana Sá Pereira.
"Em primeiro lugar, eu não trago dívidas de não seis quantos anos renovadas com fantasias. A minha dívida é muito recente", começou por explicar. "Em segundo, quando caiu o GES o meu 'default' era zero. Não trazia dívidas penduradas no Novo Banco e, em terceiro, quando se dá a resolução do BES, tentei de todas as maneiras contactar o Novo Banco. O banco caiu a 3 de agosto e a primeira reunião que consigo com algum responsável do banco foi em dezembro", relatou.
"O meu grupo precisava de uma reinvenção, de se reorganizar, de reorganizar a dívida também" e precisava de "encontrar novas soluções para o grupo", disse João Gama Leão. E foi aí que começou a negociação de um PER. "Se pudesse fazer uma analogia do meu grupo com a saúde, até agosto de 2014 o meu grupo estava de facto numa situação frágil porque tínhamos muitas frentes abertas. Não porque tínhamos créditos pendurados". Em agosto, "começámos a ficar com falta de ar e o que o Novo Banco fez foi: 'vai para casa que não precisas de medicação'".
"Aguentámos 6, 7 meses sem qualquer contacto com o nosso principal parceiro financeiro" e "quando chego ao contacto meses depois passámos da falta de oxigénio para a UCI [Unidade de Cuidados Intensivos]", disse o fundador da Prebuild.
"As tentativas que o Novo Banco fez de recuperar a minha dívida foi zero", disse, referindo ainda, durante a audição, que "é mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir o dinheiro do que tratar um empresário em dificuldades".
"Sou vítima do GES e do Novo Banco"
Segundo João Gama Leão, "não sou lesado, sou um grande devedor". Mas o gestor recusou ser comparado aos outros grandes devedores que têm sido ouvidos nesta iniciativa parlamentar.
"Aceito o rótulo de grande devedor. O que não aceito é que me comparem com a elite podre que tem vindo" à comissão. "Essa gente endividou-se para comprar ações, para fazer tudo, para manipular o mercado, para servir o dr. Ricardo Salgado. Eu endividei-me para recuperar empresas, para expandir negócio, para internacionalizar empresas portuguesas. Por isso, com certeza que tenho o rótulo de grande devedor, mas não gostava de ficar para a histórica com um rótulo igual a essas empresas que estiveram cá há dias", referiu.
"Sou vítima do GES e do Novo Banco", afirmou, recusando ser o culpado pela situação do banco liderado por António Ramalho. "Não fui que que peguei num problema de larápios, mudei o rei e agora mandam os problemas para os contribuintes."
Sobre a sua relação com a família Espírito Santo, João Gama Leão disse que apenas se sentou à mesa com a família quando foi para lhe "tirar dinheiro", detalhando que se encontrou com Ricardo Salgado "duas ou três vezes" e para sua "tristeza".
(Notícia atualizada com mais informação.)