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Novo Banco: "Ongoing e Sogema são dois casos de insucesso"

O presidente do Novo Banco entre setembro de 2014 e julho de 2016 esteve hoje a ser ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

Mário Cruz
04 de Maio de 2021 às 23:34
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O antigo presidente do Novo Banco Eduardo Stock da Cunha classificou hoje de "insucesso" os casos dos grandes devedores Sogema e da Ongoing em termos de recuperação de crédito, numa audição que decorreu hoje no parlamento.

"Há casos de maior sucesso e casos de menor sucesso. Temos uma certa tendência de olhar só para os casos de insucesso, e de facto são dois casos de insucesso. O caso da Ongoing e da Sogema [do grupo Moniz da Maia] são dois casos de insucesso. O banco não conseguiu recuperar quase nada", reconheceu hoje Eduardo Stock da Cunha, ouvido pelos deputados no parlamento.

O presidente do Novo Banco entre setembro de 2014 e julho de 2016 esteve hoje a ser ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

O gestor explicou, em resposta ao deputado Duarte Alves (PCP), que "apenas e só" quando o plano de negócios acordado "está a dar sinais de não cumprimento" é que o banco tenta "ou reestruturar, ou reforçar garantias, ou fazer outras coisas".

Stock da Cunha relembrou, no entanto, que os créditos "foram dados antes do Novo Banco existir" e "em circunstâncias em que a política de crédito e a definição de apetite de risco" instalada pela sua gestão "não tornaria esse créditos passíveis de serem concedidos".

Anteriormente, ao deputado Miguel Matos (PS), Eduardo Stock da Cunha já tinha referido que "os factos mostram, é evidente, que houve uma sobrevalorização dos ativos que passaram para o Novo Banco, e o próprio Banco de Portugal o reconhece".

No arranque da audição, o presidente Fernando Negrão (PSD) revelou que a comissão parlamentar recebeu uma comunicação de um "representante" de Nuno Vasconcellos, da Ongoing, sinalizando que o gestor vive no Brasil e "pretende ser ouvido por videoconferência ou por escrito", colocando à consideração dos deputados a decisão a ser tomada futuramente acerca da audição.

No dia 22 de abril, Fernando Negrão já tinha dado conta as tentativas de agendamento a audições a grandes devedores do Novo Banco, revelando que relativamente a João Gama Leão, da Prébuild, e Nuno Vasconcellos, da Ongoing, os serviços do parlamento não tinham conseguido obter os contactos, tendo a indicação que viviam no Brasil.

João Gama Leão será ouvido presencialmente pela comissão na manhã de quinta-feira.
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