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Stock da Cunha: BES tinha rubrica de juros anulados a devedores

O antigo presidente do conselho de administração do Novo Banco foi ouvido pelos deputados no âmbito da comissão parlamentar de inquérito às perdas da instituição financeira.

Mário Cruz
04 de Maio de 2021 às 17:43
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Eduardo Stock da Cunha, antigo presidente do conselho de administração do Novo Banco, afirma que o Banco Espírito Santo (BES) tinha uma rubrica nas contas com os juros anulados de cada um dos devedores. O valor chegava aos 10 milhões de euros por ano. 

Stock da Cunha está a ser ouvido esta terça-feira, 4 de maio, na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

"Relativamente a todos os devedores, um a um, pedi que me dissessem a realidade dessa rubrica que se chamava juros anulados. Ou seja, o Novo Banco [o BES] tinha por tradição contabilizar uma série de juros que engordavam a margem financeira. Depois quando chegava o dia [os juros] não se verificavam e tinham que se anular", disse o gestor. 

Eduardo Stock da Cunha estimou que estes juros anulados deviam traduzir-se em "montantes significativos", rondando perto de 10 milhões de euros por ano. "Não há orçamento que resista", salientou. "Não era muito difícil perceber", passados meses, "que os juros não iam ser pagos."

Este foi um dos factos que o gestor foi descobrindo ao longo da sua presidência, naquela que descreveu como tendo sido uma "viagem tormentosa". "A primeira preocupação era a liquidez", disse, notando que o "O Novo Banco era mau, mas podia sobreviver. E sobreviveu".

(Notícia atualizada.)

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