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Deutsche Bank já garantiu quase 8 mil milhões de euros
O banco alemão Deutsche Bank terá já a quase totalidade de ordens que perfazem oito mil milhões de euros em acções, o valor do aumento de capital anunciado em Março. Os investidores já se comprometeram em comprar mais de 95% das acções à venda.
O Deutsche Bank está prestes a receber ordens para quase oito mil milhões de euros em acções, numa altura em que está quase a terminar o prazo para o aumento de capital, de acordo com uma fonte da Bloomberg. Os investidores já se comprometeram em comprar mais de 95% das acções à venda.
Cerca de 80% dos investidores existentes decidiram participar no aumento de capital, sendo que alguns aumentaram a sua exposição, de acordo com a mesma fonte da agência.
A 5 de Março, o Deutsche Bank apresentou os planos para os próximos anos, que passam sobretudo por reforço de capital e corte de custos, depois de ter registado prejuízos nos últimos dois anos.
O banco vai mesmo avançar com um aumento de capital, o quarto desde 2010, através da emissão de novas acções. Na altura, foi anunciado que iam ser emitidos 687,5 milhões de novos títulos, através dos quais o Deutsche Bank queria encaixar até oito mil milhões de euros.
O aumento de capital arrancou no dia 21 de Março, de acordo com um comunicado emitido este domingo, 5 de Março, onde o banco revela os pormenores do reforço de capital e do plano estratégico para os próximos anos. A operação deverá terminar esta quinta-feira, 6 de Abril.
Entretanto, no final de Março foi noticiado que os chineses da TAP aumentaram a participação no banco germânico. No espaço de um mês, o conglomerado HNA passou de uma posição inicial de 3,04% para 4,76% no banco. Os chineses disseram querer ser investidores passivos, mas a nova compra sugere que podem querer desempenhar um papel estratégico.
Esta quarta-feira, 5 de Abril, foi avançado que a instituição, que cortou bónus pelo segundo ano consecutivo, está a perder vários quadros de topo como resultado da estratégia, segundo adiantou a Bloomberg. Pelo menos três executivos, Kevin Burke, Neil Hosie e Patrick Kelly, saíram da unidade do banco na Ásia. Holger Knittel aceitou um novo cargo na casa-mãe do banco em Frankfurt.
O banco liquidou valores de compensações deferidas no mês passado, depois de em Janeiro ter cortado bónus ou mesmo eliminado em alguns casos, numa altura em que o CEO John Cryan tenta limpar a imagem do banco, que foi obrigado a pagar multas avultadas por acusações de conduta duvidosa.
As questões em torno da compensação podem complicar a retenção de talentos no banco, segundo fontes próximas contactadas pela Bloomberg. E o ritmo de saídas pode estar a aumentar.