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Credit Suisse avança com reestruturação e reforço de capital de mais de 6 mil milhões

O banco helvético quer aumentar o seu capital em 6,05 mil milhões de francos suíços. Também foi anunciado um plano de reestruturação que prevê cortes de custos nos próximos anos, depois de apresentados lucros abaixo do previsto.

Bloomberg
21 de Outubro de 2015 às 07:53
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É oficial: o Credit Suisse vai avançar com um aumento de capital. Ou melhor, dois. O banco suíço vai pedir 6,05 mil milhões de francos suíços (5,59 mil milhões de euros), em duas operações distintas: uma para o mercado em geral outra para investidores qualificados. E, depois, segue-se uma reestruturação. 

 

"Através dos aumentos de capital propostos, o grupo Credit Suisse pretende reforçar o seu rácio de capital Common Equity Tier 1 e ganhar uma maior flexibilidade financeira para a implementação dos seus objectivos estratégicos", anuncia o comunicado emitido esta quarta-feira, 21 de Outubro, depois de uma reunião do conselho de administração, que delineou a próxima vida do banco helvético.

 

O valor do aumento de capital é superior à média de 5 mil milhões de francos suíços esperada mas abaixo da indicação dada por várias notícias, que faziam prever 8 mil milhões de francos, como relembra o Financial Times. Certo é que se sabia que teria de ser feito um reforço "substancial", até porque o banco poderá ter de respeitar regras de regulação mais apertadas do que os bancos mais pequenos.

 

Na prática, são propostos dois aumentos de capital: um primeiro através da emissão de novas acções para "um número de investidores qualificados" e um segundo através da emissão de direitos de subscrição para os actuais accionistas.

 

Segundo explica o comunicado, um dos vários publicados pelo banco esta quarta-feira, serão entregues aos referidos investidores qualificados 58 milhões de novas acções a um preço já acordado. Os actuais accionistas não terão direito a participar nesta operação, pelo que a emissão destas acções necessita de aprovação em assembleia, marcada para 19 de Novembro. O objectivo é, com esta parte da operação, arrecadar 1,35 mil milhões de francos (1,25 mil milhões de euros).

 

O segundo aumento de capital, que pode ocorrer mesmo que a assembleia-geral rejeite o primeiro passo, é o da emissão de cerca de 260 milhões de novas acções, a 18 francos cada (abaixo dos 24,89 francos de fecho de terça-feira), atribuíveis aos actuais accionistas através da emissão de direitos de subscrição. Nesta fase do processo, em que a negociação dos direitos deverá acontecer entre 23 de Novembro e 3 de Dezembro, a receita líquida esperada é de 4,7 mil milhões de francos suíços (4,3 mil milhões de euros). Um conjunto de bancos já acordou, sob determinadas condições não especificadas, subscrever as novas acções emitidas se não houver procura suficiente.

 

Resultados "reforçam" necessidade de reestruturação

O presidente executivo do banco, Tidjane Thiam, considera que as condições de mercado foram difíceis no terceiro trimestre, o que teve um impacto adverso. "Os nossos resultados do terceiro trimestre reforçam a necessidade de uma reestruturação do banco de modo a reduzir a volatilidade dos nossos resultados e melhor alinhar as actividades do nosso banco de investimento com as necessidades dos clientes".

 

A apresentação do resultado ocorre depois da divulgação de um lucro de 799 milhões de francos suíços no terceiro trimestre do ano, abaixo dos 1,03 mil milhões registados um ano antes e inferior à média esperada pelos economistas ouvidos pela Bloomberg de 858 milhões. O produto bancário também recuou entre Julho e Setembro, tanto face ao trimestre anterior como em relação ao mesmo período de 2014.

 

Corte de custos

Nas iniciativas a tomar nos próximos anos, com o intuito de aumentar o capital e gerar maiores lucros, o banco suíço quer baixar os custos fixos, esperando conseguir alcançar poupanças na ordem dos 3,5 mil milhões de francos suíços até ao final de 2018. Não é dito claramente de que forma tal poderá ser feito, nomeadamente em termos de força de trabalho. 

 

Há intenção, por parte do banco, de investir 1,5 mil milhões de francos suíços nos próximos três anos. Também pretende optimizar as operações da banca de investimento, pelo menos reduzindo o capital que é utilizado nesta área. O banco suíço anunciou ainda a intenção de colocar a unidade suíça do banco em bolsa em 2017. A Bloomberg diz que tal poderá fazer sentido no âmbito da consolidação que se espera que ocorra no sector.

 

Em termos estratégicos, há a aposta na gestão de fortunas em mercados ainda com margem para crescer como Ásia, Médio Oriente, Europa de Leste, América Latina e África. As alterações das áreas de negócio motivaram também uma alteração na administração, com a entrada de seis novos membros. 

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