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CGD recusa-se a disponibilizar maiores créditos
Em carta datada de 23 de Janeiro, Rui Vilar e Tudela Martins, administradores do banco público, rejeitam a entrega da lista de maiores créditos concedidos. A posição é tomada após a decisão do Tribunal da Relação.
A Caixa Geral de Depósitos recusa-se a entregar a lista dos maiores créditos por si concedidos. A posição foi assumida numa carta enviada à comissão de inquérito esta segunda-feira, 23 de Janeiro, mesmo depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado o levantamento do dever de segredo à instituição financeira.
"A CGD não pode prestar as informações solicitadas", defendem o vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração, João Tudela Martins, numa carta endereçada ao deputado José Matos Correia, que preside à comissão de inquérito, a que o Negócios teve acesso.
"A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação os seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua actividade", argumentam os gestores.
A informação pedida passa por uma listagem dos créditos que justificam o reconhecimento de imparidades de 3 mil milhões de euros, com indicações do tipo de créditos, da antiguidade, dos decisores e das garantias associadas.
No acórdão publicado na semana passada, o Tribunal da Relação decidiu que não havia obrigação do banco público de manter segredo sobre os maiores créditos concedidos pelo banco público. Na altura, o Negócios deu conta que a CGD deveria recorrer da decisão.
Agora, o que acontece é que na missiva em que são pedidos estes créditos é que o banco, ainda com Rui Vilar a assumir a liderança enquanto não há autorização para a entrada em funções para toda a equipa de Paulo Macedo, recusa disponibilizar tais informações.
"A CGD não pode disponibilizar informação relativa a clientes". O banco diz que tem divulgado informação interna, excepto quando "os interesses em causa não o permitem".