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CGD emprestou 197 milhões a Vale do Lobo, sócios entraram com 10 milhões

  Armando Vara deu alguns números sobre o envolvimento da Caixa Geral de Depósitos no complexo turístico de Vale do Lobo, defendendo que a transacção foi aprovada pelo conselho alargado de crédito.

Bruno Simão
22 de Março de 2017 às 21:33
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A Caixa Geral de Depósitos emprestou 197 milhões de euros a Vale do Lobo, além de ter, enquanto accionista, juntado a esse valor cerca de 30 milhões. O banco público ficou com 25% da empresa gestora do empreendimento turístico que tinha outros sócios: que entraram com 10 milhões de euros.

 

Os números foram enunciados por Armando Vara na comissão parlamentar de inquérito à CGD esta quarta-feira, 22 de Março e estão em linha, ainda que com ligeiras diferenças, com aqueles que têm sido noticiados pela imprensa.

 

Segundo relatou aos deputados, a proposta de financiamento foi apresentada à direcção da Caixa no Algarve, tendo depois sido transmitido à direcção central, tendo sido levado a conselho alargado de crédito. "Concordámos todos porque era um projecto interessante para a Caixa".

 

"Entusiasmei-me logo com o projecto", admitiu. Os promotores eram Diogo Gaspar Ferreira, Rui Horta e Costa (que era até há pouco administrador dos CTT) e um grupo liderado por Helder Bataglia (líder da Escom, do Grupo Espírito Santo). Todos, incluindo Vara, estão constituídos arguidos na Operação Marquês, que investiga alegados pagamentos irregulares ao ex-primeiro-ministro José Sócrates neste projecto.

 

"Não havia nenhuma razão para duvidar" da bondade do negócio, ressalvou. Eram pessoas com conhecimentos do segmento, que dava confiança à CGD. Questionado pelo deputado bloquista Moisés Ferreira sobre qual o montante que estes sócios colocaram no projecto, Vara respondeu: 10 milhões. Que comparam com os 197 milhões da instituição financeira e mais 30 milhões por suprimentos, através da qual é feita a entrada accionista.

 

A operação trata do início de 2006, sendo que o ex-ministro foi administrador da Caixa entre Agosto de 2005 e Dezembro de 2007. Sobre este negócio, o Correio da Manhã afirmou que a exposição da Caixa em Agosto passado era de 283 milhões de euros, com uma imparidade associada de 138 milhões.

 

Defendendo que o conselho alargado de crédito (que junta a administração e os departamentos de risco e jurídico) aprovou o negócio, Armando Vara reforça que o banco público não vai perder dinheiro com esta operação. "Cada dia que passa valoriza mais. Vai poder ser vendido no mínimo pelo valor que a Caixa lá colocou", disse, acrescentando que até poderia ser um valor superior. 

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