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CGD apresenta lucros de 194 milhões de euros
Em vez de prejuízos de 50 milhões de euros que apresentou no primeiro semestre de 2017, a Caixa conseguiu lucros no mesmo período deste ano.
A Caixa Geral de Depósitos reportou lucros de nos primeiros seis meses do ano. O resultado líquido atingiu os 194 milhões de euros, anunciou o banco do Estado em comunicado à CMVM.
No primeiro semestre do ano passado, a CGD estava ainda em terreno negativo, apresentando prejuízos de 50 milhões de euros.
A justificação para a melhoria das contas no primeiro semestre deve-se, sobretudo, à redução das provisões e imparidades, que afundaram 88,5% para 44,8 milhões de euros.
Houve, contudo, um agravamento para mais do dobro das imparidades para crédito (subiram para 113 milhões), que foi compensado pelo recuo das provisões e imparidades para os outros activos (como fundos de reestruturação), que passou de 343 milhões positivos para 68,2 milhões negativos.
Olhando para a demonstração de resultados, a margem financeira (diferença entre juros recebidos em créditos e juros pagos em depósitos) decresceu 2,1% para 593 milhões de euros.
A descida do custo de financiamento (nos depósitos) não compensou o efeito cambial causado pela desvalorização do kwanza, em Angola, e da pataca, em Macau, pelo que a margem deslizou. O banco liderado por Paulo Macedo assinala que, em Portugal, a margem somou 6%.
Já as comissões cobradas aos clientes agravaram-se 9,6% para os 239,2 milhões de euros.
Já os resultados de operações financeiras, que devido aos "swaps" tinham impulsionado as contas no ano passado, verificaram um recuo de 77% para os 50,9 milhões de euros.
Na soma destas rubricas, a Caixa Geral de Depósitos apurou um produto bancário de 889,3 milhões, menos 14,7% que no período homólogo.
Os custos da estrutura da CGD afundaram, em termos relativos, na mesma dimensão, depois do programa de redução de pessoal do ano passado: caíram 14,3% para 515,8 milhões.
Créditos caem 6%
Os recursos de clientes baixaram 3,4% para 91 mil milhões de euros, tendência que se deve à quebra dos depósitos na ordem dos 4%, para 64 mil milhões, e que se sentiu com maior intensidade na actividade internacional (quebra de 17,7%). Neste semestre, também se sentiu o impacto da amortização antecipada da exposição de 2 mil milhões de euros obtida junto do BCE.
Já no campo dos créditos, houve um corte de 6,4% para 58 mil milhões de euros, em comparação homóloga. Em Portugal, o deslize foi de 6,1%, sobretudo devido a empresas (quebra de 6,6%), mas também nos particulares (4,6%).
Na qualidade de activos, o crédito malparado representava 10,5% no final do semestre, baixando face aos 13,5% do período homólogo. No semestre, o corte foi de 1,1 mil milhões de euros. O banco tem um novo objectivo de redução do malparado para 7% em 2020, quando antes estava em 12%.
O rácio de capital mais exigente, o CET1, ficou em 14%.