Notícia
CGD denuncia acordo de empresa e pretende acabar com progressões obrigatórias
A Caixa apresentou aos sindicatos uma nova proposta de acordo de empresa, sem anuidades e sem promoções automáticas, aos sindicatos, após a denúncia dos actuais entendimentos que mantém com os sindicatos.
A Caixa Geral de Depósitos denunciou o acordo de empresa e pretende, por exemplo, acabar com as progressões obrigatórias. Além disso, também antecipa terminar com as anuidades, segundo sabe o Negócios.
Com a denúncia, segue para os quatro grupos de sindicatos a nova proposta para negociação. Tem, agora, de ser trabalhado um entendimento comum para o desenho do novo acordo de empresa.
O Sintaf (CGTP), ainda este mês, deixou no seu site um aviso à Caixa a dizer que é obrigatória a aplicação do acordo de empresa aos trabalhadores do banco que são seus associados. "O Acordo de Empresa (AE) do Sintaf que continua em vigor é o que melhor defende os trabalhadores da CGD e define o tempo de permanência no nível para as progressões na carreira profissional sem quaisquer repercussões ou limitações originadas pela avaliação de mérito", escreveu na altura.
O acordo de empresa define as regras acordadas pelo banco público com os trabalhadores sindicalizados por cada sindicato com que chega a entendimento, em especial aspectos que vão além da revisão salarial (que é feita anualmente e que está num impasse).
Um dos objectivos do banco público é aliviar o encargo que tem com os custos com pessoal, além da redução de pessoal que já teve. A Caixa tem defendido que tem um custo salarial acima da concorrência, o que leva Paulo Macedo a dizer que está em desvantagem competitiva face aos concorrentes. Daí que pretenda mexer em aspectos para lá do vencimento base.
As promoções automáticas ocorrem por antiguidade, com a subida dos níveis em que se encontram, sendo que a CGD também conta com promoções obrigatórias por mérito. As anuidades, uma componente remuneratória específica da Caixa, também são para mexer, espera a equipa de Macedo.
A Caixa Geral de Depósitos defende que está a fazer o que outras instituições financeiras (e o Banco de Portugal, que fez a denúncia no início de 2017 e que só este ano chegou a entendimento com o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários) concretizaram ao longo dos últimos anos.
As novas condições terão efeito a partir de 2020, pelo que eventuais poupanças do banco não terão já impacto no plano estratégico que termina naquele ano.
(notícia corrigida às 15:20 pois o que o novo acordo de empresa não contempla são as anuidades, e não as diuturnidades como constava na primeira versão da notícia)