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Caixa fica em França mas tem de perder peso em Moçambique e Cabo Verde

A Comissão Europeia autorizou várias alterações ao plano estratégico da Caixa Geral de Depósitos, destacando-se que já não obriga à retirada do banco do Estado no mercado francês, onde emprega 500 trabalhadores. Em contrapartida, a presença em Cabo Verde e Moçambique é para reduzir.

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O plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos com dinheiro dos contribuintes implicou a implementação de um plano estratégico por parte do banco estatal, que entre outras medidas obrigava à saída de quatro mercados: França, Espanha, África do Sul e Brasil.

 

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) nunca escondeu que estava contra a saída do mercado francês e viu agora as suas pretensões atendidas.

 

O Ministério das Finanças anunciou esta quinta-feira, 26 de Julho, que no seguimento dos contactos mantidos com a Comissão Europeia para a alteração do plano estratégico da Caixa, "o banco público continuará a manter a operação de retalho em França", onde conta com 48 agências e mais de 500 trabalhadores.

 

Numa comissão parlamentar sobre o plano estratégico, realizada em Março, Paulo Macedo revelou aos deputados que era do "interesse da Caixa manter a operação de França", pelo que "iremos lutar por isso". O facto de a CGD ter antecipado em um ano o regresso aos lucros (face ao previsto) fez com que a administração admitisse reequacionar vários compromissos, que Bruxelas agora aceitou.

 

O gabinete de Mário Centeno entende que a actualização ao plano da Caixa "reflecte o sucesso da implementação contínua de medidas de controlo de custos", além de que "revê a meta de redução do crédito malparado tendo em conta o bom desempenho recente e reconhece a sucursal francesa como actividade relevante para a operação do grupo CGD". 

 

A sucursal francesa, que rendeu 49,6 milhões de euros no ano passado e deu o segundo maior contributo entre as actividades internacionais, era uma das "operações internacionais a alienar", segundo o plano de reestruturação acordado após a capitalização estatal de 3,9 mil milhões de euros, no ano passado.

 
Reduzir posição em Moçambique e Cabo Verde

As unidades de Espanha, África do Sul e Brasil já estão em processo de venda. Além disso, encerraram as unidades "off-shore" em Macau e Cayman. O BNU Macau (diferente da "off-shore"), o Banco Caixa Geral Angola, o BCI Moçambique e a sucursal de Timor eram "operações internacionais estratégicas", no âmbito do acordo que se estende até 2020.  

 

Segundo o governo, além da manutenção em França, há mais alterações no plano estratégico, uma vez que o "ajustamento da estratégia internacional da CGD considera uma redução da exposição aos mercados de Cabo Verde e Moçambique até ao final de 2020, a qual não porá em causa a presença da CGD nesses países".

 
A Caixa está presente em Moçambique através do BCI, que é controlado em 97% pela pela CGD e BPI. O banco obteve em 2017 um lucro líquido de 2.474 milhões de meticais (35,4 milhões de euros), um crescimento de 74% face ao ano anterior. Em Cabo Verde controla o Banco Comercial do Atlântico.

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