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Carlos Costa pede excepção europeia para capitalizar os bancos portugueses
O governador do Banco de Portugal apelou à necessidade de haver "uma isenção" das regras das ajudas públicas europeias para capitalizar os bancos europeus e limpar os seus balanços. Carlos Costa apelou a que o Estado se empenhe nesta negociação.
"É necessário um mecanismo que liberte os bancos dos activos que não geram rendimentos, mas para isso é necessário que haja um 'waiver', uma isenção, da política de ajudas públicas da União Europeia", defendeu o governador do Banco de Portugal na conferência "O Presente e o Futuro do Sector Bancário", organizado pela Associação Portuguesa de Bancos e pela TVI.
"Caso contrário", para se limpar os balanços dos bancos portugueses, "temos de entrar no mecanismo perigoso da resolução", alertou Carlos Costa.
No entanto, o governador avisou que este modelo exige uma excepção às regras das ajudas públicas europeias que, no actual contexto, só podem ser usadas para bancos no caso de serem precedidas de uma medida de resolução. Sem esta isenção "não se consegue fazer a limpeza dos balanços dos bancos", avisou Carlos Costa.
Estado deve tornar créditos fiscais permanentes
Mas o governador do Banco de Portugal também deixou apelos para o Governo e para a gestão dos bancos. Para Carlos Costa, "é importante que o Estado torne permanentes e tangíveis os activos por impostos diferidos" (DTA, na sigla inglesa). Só desta forma, os créditos fiscais podem "transformar-se em capital".
Sem esta alteração legal, "estes activos perdem-se", o que penalizará a solidez das instituições financeiras, alertou o responsável pelo supervisor português.
(Notícia actualizada às 10:36)